O fabricante aeronáutico europeu Airbus superou pela primeira vez em 2003 seu competidor americano, a Boeing, ao conseguir entregar mais de 300 aviões, publicou hoje, sexta-feira, o Le Figaro.
A cifra precisa será anunciada no próximo dia 15 pela Airbus, que previu entregar uma número parecido (pouco mais de 300 aparelhos) tanto em 2004 como em 2005, ao passo que a Boeing tinha mantido nas últimas semanas uma previsão para o conjunto do ano passado de 280 aviões colocados nas mãos das companhias aéreas, longe dos 620 de 1999, afirmou o jornal francês.
O êxito relativo do grupo europeu com relação a seu eterno rival se traduziu igualmente em ônus, já que, no final de dezembro, a Airbus tinha vendido 293 aviões, contra os 234 da Boeing nas mesmas datas.
A mudança na liderança do setor se explica em grande parte com a confiança que a filial da EADS conseguiu ganhar de várias companhias de baixos custos, demonstrada com uma primeira encomenda no início de 2003 de 120 aviões A320, à qual foi sucedida por outros pedidos também relevantes das companhias aéreas americanas JetBlue e Frontier Airlines.
Além disso, a própria crise interna que sofreu a Boeing, com uma mudança na presidência após diversos rumores que colocavam em dúvida a gestão da equipe do antigo “número um” Phil Condit, levou à perda de um cliente tradicional como o australiano Qantas, que encomendou ao consórcio europeu 20 aviões, com outros 40 em opção de compra.
Outro dos pilares comerciais da Airbus é seu futuro avião gigante A380, que terá suas primeiras unidades disponíveis em 2006 e uma capacidade para transportar 555 passageiros em sua versão padrão, bem como um custo de desenvolvimento de cerca de 11 bilhões de euros.
Até meados de dezembro, o fabricante do A380 acumulava ônus de 129 destes aviões.
Um dos pontos fracos da estratégia da Airbus é a atual debilidade do dólar frente ao euro, que poderia comprometer a competitividade de seus produtos.
Sua casa matriz, a EADS (que controla 80% do capital da Airbus), paga 60% de suas cargas em euros, mas mais da metade de suas vendas são faturadas em dólares.
FONTE: EFE – Fernando Valduga, Aviação Bras – Porto Alegre/RS