A companhia aérea British Airways PLC (BA) anunciou que obteve o seu pior prejuízo líquido anual desde que foi privatizada. No entanto, a empresa afirmou que conseguiu superar as expectativas do mercado em função do programa de corte de custos adotado depois de 11 de setembro.
Ainda assim, a companhia manteve-se cautelosa e disse esperar que as condições de mercado se mantenham fracas a médio prazo. Desta forma, as melhorias continuarão a ser feitas a partir de mais reduções de custos.
Ao longo do ano fiscal terminado em 31 de março, a BA obteve prejuízo líquido de 129 milhões de libras (US$ 187,9 milhões), ante lucro líquido de 81 milhões de libras obtidas no ano fiscal anterior.
O prejuízo antes dos impostos foi de 200 milhões de libras (US$ 291,3 milhões), ante lucro antes dos impostos de 150 milhões obtidos há um ano. A previsão dos analistas era de prejuízo de 294 milhões de libras (US$ 428,3 milhões).
O faturamento foi de 8,34 bilhões de libras (US$ 12,15 bilhões), que representa queda de 10% em relação aos 9,278 bilhões de libras obtidas há uma ano.
Desde os atentados terroristas de 11 de setembro, a companhia aérea demitiu 7 mil funcionários e disse que pretende eliminar 13 mil empregos até 2004. Foram reduzidos serviços e capacidade nas rotas no Atlântico Norte e Oriente Médio, além de uma reorganização de suas operações de curta distância.
A BA garantiu ganho excepcional de 145 milhões de libras (US$ 211,2 milhões) para o atual exercício fiscal. Desse montante, 98 milhões de libras (US$ 142,7 milhões) provêm da venda de sua companhia econômica Go Fly Ltd. para o 3i Group PLC realizada no a no passado. Na semana passada, o 3i Group vendeu a Go para a EasyJet PLC por 374 milhões de libras (US$ 544,8 milhões).
Segundo o executivo-chefe Rod Eddington, a BA está focando-se em suas operações estratégicas. O exercício fiscal recentemente terminado foi afetado por despesas de 80 milhões de libras (US$ 116,5 milhões) com reestruturações, parte dos 200 milhões de libras (US$ 291,3 milhões) que a companhia pretende investir na implementação de um programa completo de mudanças ao longo dos próximos dois anos.
Os resultados positivos desta reestruturação já ficaram evidentes nos números relativos ao quarto trimestre fiscal. De janeiro a março, a BA obteve lucro operacional de 35 milhões de libras (US$ 51 milhões), ante prejuízo operacional de 61 milhões de libras obtidas no exercício anterior.
Mas Eddington se mantém cauteloso em relação ao futuro das operações da companhia. “A confiança das pessoas ainda não está como antes. É por esta razão que as melhorias serão direcionadas para a continuidade do corte de custos”.
FONTE: Estado de São Paulo – Redação – São Paulo/SP