Aeronáutica critica sugestão; grupo conclui antes do prazo estudos para evitar novo colapso. O grupo de trabalho criado pelo governo para resolver a crise no setor aéreo entregará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um novo problema. A solução encontrada pelo grupo é a mesma que já vinha sendo defendida por controladores de vôo e empresas aéreas: a criação de um órgão civil para cuidar do controle de tráfego aéreo. A medida é criticada pela Aeronáutica no próprio documento que será entregue ao presidente com sugestões para o setor.

A lista de propostas, apresentada ontem ao ministro da Defesa, Waldir Pires, abre caminho para uma nova crise entre civis e militares, nos moldes da que acompanhou a criação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em substituição ao militar Departamento de Aviação Civil (DAC).

“O grupo já esperava ressalvas dos militares, se eles admitissem mudanças estariam admitindo que não estavam no caminho correto”, declarou o assessor de Segurança de Vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Célio Eugênio Abreu, que participou do grupo.

A comissão de trabalho concluiu ontem, com quase um mês de antecedência, documento com 13 pontos para enfrentar o apagão aéreo e prevenir novas crises. O principal deles é a criação de um órgão civil, subordinado ao Ministro da Defesa, para controlar os vôos civis no espaço aéreo brasileiro. Apesar de o documento trazer a assinatura do brigadeiro Álvaro Pinheiro da Costa, chefe da área técnica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), os militares conseguiram incluir uma ressalva se posicionando contra as principais sugestões do grupo.

“A adequação dos recursos, salários e estruturas das organizações existentes é solução para as deficiências conjunturais no Sistema de Controle do Espaço Aéreo, portanto, o Comando da Aeronáutica não concorda com a criação de uma nova organização”, afirma o documento. “É importante que esta ressalva seja mantida, sob pena de sermos imputados a pecha de omissos”.

O grupo sugere ainda que o sistema de controle do espaço aéreo continue integrado- como é feito hoje. A reformulação das carreiras ligadas ao controle de tráfego e o aumento dos salários também foram sugeridas.

FONTE: Gazeta Mercantil – Lorenna Rodrigues – São Paulo/SP

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