“Só teremos uma solução dentro da lei. Estamos preocupados, até por conta da tradição da empresa”, disse o ministro. Ele informou que estava indo para a Casa Civil, no Palácio do Planalto, onde terá mais uma conversa sobre o problema da Varig.

A uma pergunta sobre a data para uma decisão do governo sobre a companhia aérea, Waldir Pires respondeu: “O assunto não está na esfera de decisão só do Ministério da Defesa.” Ele não informou com quem conversará na Casa Civil.

Por cerca de uma hora, Pires recebeu em seu gabinete no Ministério da Defesa, na tarde de hoje, presidentes de companhias aéreas, entre eles German Eframovich (Ocean Air) e Marco Antonio Bologna (TAM). Esteve com Pires também o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), George Ermakoff.

A Secretaria de Previdência Complementar (SPC), que regula os fundos de pensão no País, despachou dois auditores para fazerem fiscalização no Aerus, fundo de pensão da Varig, depois de receber as atas da demissão do ex-presidente da entidade, Odilon Junqueira. O objetivo é checar como foi feita a destituição do executivo.

Hoje, no fim da tarde, numa carta aberta, um membro do conselho da instituição indica que pode ter havido irregularidade na demissão do executivo e que há o risco de uso indevido dos recursos do fundo.

“Espero que a Secretaria de Previdência Complementar apure os fatos ocorridos recentemente no Aerus, sob pena de milhares de participantes e pensionistas serem prejudicados em seus direitos”, registra o conselheiro Celso Klafke. Para ele, apesar de a ata da demissão ser relativa ao último dia 3, diz que, até onde saiba, não ocorreu reunião neste dia.

A SPC confirmou o envio dos fiscais ao Aerus para verificar em que condições foi a destituição. Além disso, Klafke disse que é contra a idéia de usar reservas do Aerus numa eventual capitalização da empresa. A alternativa é defendida, segundo ele, pela Trabalhadores do Grupo Varig (TGV). “Não defendo que o Aerus invista na Varig, mas que cada trabalhador que queria fazer isso faça”, contra-argumentou o coordenador da TGV, Márcio Marsillac, citando que uma pesquisa mostra que 80% dos ouvidos têm interesse em usar a alternativa.

O próprio fundo informou aos participantes que, até que a SPC emita parecer sobre o assunto, a diretora de seguridade e administração do Aerus, Andrea Vanzillotta, responderá pelo fundo. Na prática, com isso, o novo presidente indicado, o ex-procurador da Fazenda Nacional, Ricardo Lodi Ribeiro não assume o cargo.

Para um executivo que acompanha o assunto, a nova frente de divergência interna atrapalha o processo de recuperação, já que o Aerus é o maior credor privado da empresa e tem peso importante no processo.

Klafke, que é da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Fentac), ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), lembrou que Junqueira vinha se opondo à proposta realizada pela Varig Log e por isso teria sido demitido.

FONTE: Agência Estado – Redação – São Paulo/SP

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