Os credores da Vasp vão se reunir novamente em 30 de maio para aprovar o plano de recuperação da companhia aérea, que paralisou os vôos em janeiro de 2005. Nesta data, será apresentada a conclusão de uma auditoria que avaliará os números de patrimônio e dívidas da Vasp.

Em assembléia realizada ontem, nas dependências da empresa em São Paulo, os credores aprovaram a injeção de recursos de aproximadamente R$ 6 milhões para dar continuidade às operações da empresa e pagar os 350 funcionários que trabalham com os interventores judiciais. Embora não realize mais vôos, a Vasp continua a funcionar com esse pequeno grupo e tem contas a pagar. A empresa está sob intervenção judicial desde março de 2005.

Esses R$ 6 milhões equivalem à metade dos recursos destinados ao pagamento do credor General Electric (GE), que ingressou na Justiça pedindo a falência da Vasp em outubro de 2004. A empresa depositou cerca de R$ 12 milhões em juízo para o pagamento da GE. O fato de a Vasp estar em recuperação judicial permite que ela tenha acesso aos recursos.

“Foi uma vitória. Esse dinheiro deve ser usado para pagar os salários de quem está ainda trabalhando e não recebe há quatro meses e também quitar contas de luz, água, etc” , disse o comissário Marco Reina de Barros, membro do grupo de intervenção. A assembléia também elegeu os representantes dos comitês das três classes de credores da companhia: classe 1 (trabalhista), classe 2 (credores com garantias reais, como o governo federal) e classe 3 (quirografários, sem garantia de recebimento).

Os credores aprovaram a continuidade dos trabalhos dos atuais interventores: Raul de Medeiros, João Evaldo Lozasso e Roberto de Castro. A assembléia reuniu 58 votantes e durou sete horas. Ela ocorreu no prédio da companhia, próximo ao Aeroporto de Congonhas, mesmo local onde haverá a próxima reunião, em maio.

Para Raul de Medeiros, os resultados da assembléia foram bastante positivos. Segundo ele, provavelmente ainda haverá uma terceira assembléia, pois os credores devem apresentar sugestões para a recuperação depois que tiverem acesso aos números da auditoria.

Os interventores pediram a recuperação no dia 1º de julho de 2005 junto à 1ª Vara de Recuperação Judicial e Falências de São Paulo. O pedido foi aceito em outubro.

FONTE: O Estado de São Paulo – Renata Stuani – São Paulo/SP

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