Dois Boeings 737 da Rio Sul, controlada da Varig, decolaram hoje no aeroporto de Congonhas (SP) com anúncios do Scénic, novo carro da montadora Renault do Brasil, adesivados na fuselagem das aeronaves.

A operação marca a estréia de uma nova mídia no Brasil, já adotada nos EUA e na Europa e chamada pelos publicitários de “envelopagem de aviões”.

A inglesa Virgin Airlines e a americana South West já ganham dinheiro vendendo o espaço externo de seus aviões para a publicidade.

Na próxima semana, mais duas aeronaves da Rio Sul vão receber os adesivos do Scénic.

Segundo o gerente de marketing da Rio Sul, Marcelo Gonçalves, o plano é atrair anunciantes para a frota de 20 Boeings 737.

Cada campanha ficará no ar_ literalmente_ por no mínimo três e no máximo seis meses. Cada avião só poderá vender uma marca.

“Não queremos poluição visual nem comprometer a marca da Rio Sul”, diz Gonçalves.

Os adesivos são fabricados pela 3M no Brasil, e a colocação é feita pela Art Fix, empresa paulista especializada em mídia externa.

Adesivar a marca de uma empresa na fuselagem em um dos 20 Boeings 737 da Rio Sul custa entre R$ 150 mil e R$ 200 mil por um período de três meses, segundo Gonçalves.

Além de ocupar uma área de 7 metros quadrados nas duas laterais da parte externa do avião (da asa até o leme, parte traseira), o anunciante poderá realizar promoções no interior da aeronave, como distribuir folhetos, estampar a marca no encosto de cabeça das poltronas e até cadastrar potenciais clientes.

“Cerca de 80% dos nossos passageiros são executivos. Esse novo canal de comunicação é voltado para esse público qualificado”, diz Gonçalves.

O presidente da agência de publicidade Ogilvy Brasil, Sérgio Amado, está recomendando aos seus clientes anunciar na fuselagem dos aviões da Rio Sul.

Entre eles, estão gigantes como a Fiat, Motorola, Telefonica Empresas, Global Telecom, SAP e Terra Networks.

“”É um anúncio de impacto, que ajuda a construir e prolongar uma grande marca. O target (público-alvo) é bastante preciso. Você se comunica diretamente com um público classe A, como executivos e representantes de empresas”, diz Amado, que também preside a Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade).

A Ogilvy ajudou a Rio Sul, também sua cliente, na formatação do projeto.

O gerente de marketing da Rio Sul, Marcelo Gonçalves, diz que as negociações com três empresas dos setores telefonia e de alimentos, cujos nomes são mantidos em sigilo, estão adiantadas. Elas serão as próximas a estampar sua marca nas aeronaves.

O diretor de atendimento da Ogilvy, Luís Carlos Franco, diz que, além dos passageiros, outro alvo desse tipo de mídia é o público que circula nos aeroportos e embarca em aeronaves de outras companhias.

Ele destaca ainda a possibilidade de combinar a adesivagem na fuselagem com ações de marketing no interior da aeronave.

“A dispersão da mensagem é zero, pois um executivo que fica 60 minutos em uma ponte-aérea está mais pré-disposto a se interessar por peças publicitárias, a preencher um cadastro de uma promoção”, diz Franco.

Segundo a Rio Sul, o projeto de “envelopagem de aviões” é desenvolvido em conjunto com as áreas de engenharia e manutenção da companhia.

“Há o custo da companhia de parar a aeronave para a colocação dos adesivos”, diz Gonçalves.

Segundo o gerente de marketing, não há normas brasileiras sobre a “envelopagem”, mas a companhia diz adotar as regras internacionais.

A Folha Online procurou à tarde o DAC (Departamento de Aviação Civil) para comentar o tema, mas não obteve resposta até agora.

O diretor-executivo do Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária), Edney G. Narchi, disse desconhecer normatização para a publicidade na parte externa dos aviões.

“Não compete ao Conar autorizar ou fazer análise prévia de campanhas. Isso seria censura prévia”, afirma Narchi.

FONTE: Folha de São Paulo – Redação – São Paulo/SP

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