No momento mais crítico da crise da Varig, investidores que já rondaram a empresa voltam a aparecer
Depois da aérea portuguesa TAP – que participa da ex-subsidiária VEM e chegou a analisar na semana passada um investimento na Varig -, é a vez de outra ex-subsidiária, a VarigLog, propor ajuda à companhia aérea.
A proposta, apurou o Valor, é fazer os aportes necessários e assumir as operações da Varig até um novo leilão.
Isso poderia ocorrer caso a NV Participações, única a apresentar oferta no primeiro leilão, não deposite até sexta-feira a parcela de US$ 75 milhões.
A VarigLog se comprometeria a apresentar até US$ 20 milhões emergenciais, imediatamente, mas desde que a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) aprovasse os termos e condições da proposta.
Além disso, a oferta envolve montantes adicionais de até US$ 485 milhões, que seriam destinados a investimentos em capital de giro, recuperação de aeronaves, fornecimento de combustíveis, entre outros Os valores seriam investidos, sob uma série de condições, para manter as operações da Varig até a realização de um novo leilão, no qual a VarigLog receberia de volta a quantia investida a partir do aporte do novo vencedor.
Nesse tempo, a ex-subsidiária assumiria a gestão e as operações da Varig.
A VarigLog informou, por meio de sua assessoria, que não comenta o assunto.
A VarigLog é controlada pelo consórcio Volo, do qual fazem parte Marco Antonio Audi, Marcos Haftel, Luiz Eduardo Gallo e o fundo de investimentos americano MatlinPatterson, do qual é sócio o investidor Lap Chan.
No ano passado, antes de comprar a Varig Log, o grupo já havia feito sua primeira investida pela Varig, apresentando proposta de US$ 500 milhões.
Em abril deste ano, a VarigLog voltou a manifestar interesse pela aérea, com uma nova proposta, de US$ 350 milhões, depois elevada para US$ 400 milhões.
Para a VarigLog, há uma série de operações sinérgicas com a Varig que despertariam o interesse em manter a operação.
De acordo com um interlocutor que acompanha o processo, representantes da VarigLog já teriam mantido conversas na semana passada com os representantes do judiciário que conduzem o caso.
No entanto, ainda não teriam retornado com uma proposta mais concreta.
Segundo duas outras fontes, a proposta da VarigLog agora já é do conhecimento dos interlocutores envolvidos no processo, inclusive do poder judiciário, mas ainda depende de entendimentos da Anac para ser concretizada formalmente, o que só pode ocorrer se a NV não efetivar o depósito até sexta.
Ontem, no entanto, o próprio representante do TGV e da NV Participações, Márcio Marsillac, admitiu a possibilidade de que não haja tempo suficiente para o depósito.
Segundo ele, estariam ainda em curso negociações com três investidores, mas não existe certeza absoluta de que os recursos serão apresentados na sexta-feira.
Por outro lado, os representantes do NV pediram mais um dia ao BNDES para detalhar o plano de negócios e outras informações pedidas pelo banco de fomento.
Segundo fontes, eles devem voltar ao banco hoje.
FONTE: Valor Econômico – Catherine Vieira e Heloisa Magalhães – São Paulo/SP