O transporte aéreo brasileiro, que hoje se consolida como o principal meio de transporte de massa entre Estados, ganhou força nessa quarta-feira com a associação da ABEAR – Associação Brasileira das Empresas Aéreas e filiação do SNEA – Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias à Confederação Nacional do Transporte – CNT, em uma cerimônia realizada em São Paulo (SP). A partir de agora, o setor aéreo passa a integrar a pauta da CNT, que já representava as demais esferas de transporte – rodoviário, aquaviário e ferroviário – e que ao assumir também o transporte aéreo, fortalecerá suas atividades por melhorias no setor de transporte nacional como um todo. “Sabemos que as empresas aéreas já possuem uma grande participação e têm forte atuação no setor de transporte. Elas vêm somar com outros processos da CNT, com sua visão e importância econômica”, explicou o senador Clésio Andrade, presidente da CNT.
Historicamente o setor de aviação comercial não era associado ou filiado a nenhuma confederação. Considerando o novo cenário da aviação brasileira, no momento em que se tornou um modal e, por consequência, apresenta problemas de complexidade econômica, institucional e de infraestrutura, as empresas aéreas associadas à ABEAR e ao SNEA decidiram fazer parte de uma agenda mais integrada, a fim de passar a atuar coordenadamente com os demais setores de transportes. “Esse é um marco para a aviação civil brasileira, pois pela primeira vez as entidades representativas da aviação comercial se juntam à confederação que melhor representa o setor de transporte no Brasil. Estamos na fase de juntar todos os interlocutores do setor e permitir à sociedade falar”, explicou Eduardo Sanovicz, presidente da ABEAR
Na avaliação do presidente da TRIP, José Mario Caprioli, que também responde como presidente do Conselho do SNEA e presidente do Conselho Deliberativo da ABEAR, a parceria permitirá a união de forças para o setor de transportes com apelo político e institucional. “Temos grandes desafios que vão da imagem do setor à sua infraestrutura, e na visão associativa em que contamos com uma nova governança (ABEAR e SNEA juntos), questões como política de transportes passa a ser prioridade”, contou Caprioli.
A vinculação da ABEAR e do SNEA ao Sistema CNT permitirá às entidades uma melhor articulação do cenário atual e consolidação das demandas do setor aéreo junto ao setor de transporte como um todo. De acordo com o ato firmado, as soluções para os principais entraves do setor passam pelo fortalecimento de toda a cadeia produtiva da aviação e estas não podem ser avaliadas de maneira isolada e regionalizada. Na prática, além de contar com a infraestrutura física da CNT, as entidades aéreas irão dispor de investimentos na ordem de R$ 10 milhões para o processo de formação e qualificação de mão de obra. “Vamos investir em formação de alta qualidade para no futuro termos nomes de referência em política de transporte aéreo”, informa Sanovicz. A área técnica de estudos e pesquisas da CNT também contemplará o setor aéreo.
Para o diretor-presidente do SNEA, José Márcio Mollo, a filiação chega para possibilitar melhorias na profissionalização do setor. “É uma ótima parceria, que vai permitir fazermos coisas até então impossíveis, como a realização de cursos, formação e desenvolvimento de estudos e pesquisas, que gostaríamos de fazer, mas que têm custos muito altos. Com a CNT haverá infraestrutura para isso”, contou Mollo.
Também participaram da cerimônia de assinatura dos atos de associação e filiação, José Efromovich, presidente da Avianca Brasil; Marco Antonio Bologna, presidente da TAM; Renan Chieppe, presidente do conselho de administração da TRIP/AZUL; Basílio Dias, diretor de Assuntos Regulatórios da TAM; Constantino de Oliveira Júnior, presidente do Conselho da GOL, Alberto Fajerman, assessor da GOL; Ronaldo Jenkins, diretor de Segurança e Operações de Voo da ABEAR; Adalberto Febeliano, consultor técnico da ABEAR; Adrian Alexandri, diretor de Comunicação da ABEAR; e Antônio Augusto do Poço Pereira, diretor Administrativo Financeiro da ABEAR.