A terceira maior companhia aérea do país, com 10% de participação de mercado, anunciou recentemente a criação da Academia de Serviços Azul (Asa), uma espécie de universidade para formar pilotos e comissários.
Os candidatos às primeiras turmas – compostas por 20 alunos no curso de pilotos e 25 no de comissário – devem se inscrever até 20 de maio, no site da companhia (www.voeazul.com.br).
A iniciativa é uma parceria com a EJ Escola de Aeronáutica Civil, de Itápolis (SP), e o banco Santander. “A ideia é viabilizar a formação de pilotos e comissários ‘do zero’. Queremos encontrar habilidades e dar oportunidade para quem gosta de aviação”, disse David Neeleman, fundador e presidente do conselho da Azul.
Apesar de não garantir emprego aos formados no curso, o fundador da Azul disse que a chance de a empresa contratar os profissionais é grande.
“Não posso garantir porque meus advogados brigam comigo, mas não vamos formar quantidades maiores do que podemos absorver em nosso quadro de funcionários”, brincou.
Apesar de qualquer pessoa poder se inscrever para os cursos, haverá uma espécie de peneira para avaliar os candidatos.
“Vamos avaliar fluência de inglês, habilidades manuais, condições de saúde e perfil psicológico dos candidatos”, explicou Neeleman, garantindo que o acesso às profissões será facilitado por meio do programa da Azul.
“Queremos dar oportunidade para quem não tem pai rico”, disse.
O curso de pilotos terá duração de 10 meses e vai custar R$ 81 mil, valor que pode ser financiado em até 60 meses por meio de uma linha de crédito do banco Santander, com juros de 1,89% ao mês.
Para se tornar comissário, o montante é mais acessível: R$ 2 mil por quatro meses de curso na UniAzul, escola da companhia localizada em Barueri (SP). “O valor do curso de comissários é 20% menor que o praticado pelo mercado atualmente”, disse o Comandante Edmir Gonçalves, diretor da EJ.
Durante a apresentação do novo projeto, Neeleman lembrou que a Azul vai receber 20 aeronaves neste ano – e devolver 8 equipamentos – encerrando a frota com 12 aviões a mais. A empresa também estuda incluir dez cidades médias, como Cascavel e Chapecó, na malha.
“Planejamos voar para Punta del Este (no Uruguai, que seria o primeiro destino internacional da Azul), porque temos acionistas que gostam muito da cidade e pedem para voarmos para lá. Poderemos fazer, como um serviço temporário, na próxima temporada de verão”, disse o executivo.
Entre 2010 e 2011, a empresa saltou de 200 para 350 voos diários, de 26 para 49 aeronaves e de 28 para 42 destinos. No mesmo período, as principais concorrentes demitiram e deixaram de crescer, ou mesmo encolheram, em termos de receita e compras de aeronaves.
Apesar das preocupações com o preço do combustível (50% mais caro que nos EUA) e da elevada carga tributária, o Neeleman afirmou que “a margem da empresa, nos últimos trimestres, cresceu com números que nos deixam satisfeitos e confiantes”.
Por Michele Loureiro
Fonte: http://www.valor.com.br