A Lufthansa Cargo espera um crescimento de cerca de 25% no volume total do mercado de carga transportada no aéreo do Brasil para a Europa nos próximos 5 anos, passando das atuais 80 mil toneladas/ano para mais de 100 mil toneladas/ano, patamar já atingido em 2008. O prognóstico foi anunciado pelo Dr. Andreas Otto, membro do Conselho Executivo da Lufthansa Cargo na Alemanha. Ele esteve no Brasil este mês.
Dr. Otto informou ainda que dois dos 5 Boeing 777F encomendados começam a chegar no segundo semestre deste ano. Perguntado se este tipo de avião chegará ao Brasil, o executivo não deu uma data para que isso aconteça, mas afirmou que a nova aeronave seria adequada porque, ao contrário do MD11, consegue fazer voos sem escala entre o Brasil e a Europa por ter maior autonomia e ainda ser mais eficiente. Com as novas aeronaves, a capacidade por voo passaria das atuais 85 toneladas do MD11 para 105 toneladas do B777F, disse o membro do Conselho Executivo da Lufthansa Cargo na Alemanha.
Em uma ampla análise do mercado mundial de carga aérea, Dr. Otto explicou que operar com rentabilidade é o maior desafio do segmento que vive uma pesada crise global. Tanto que nos últimos 10 anos viu empresas chegarem e desaparecerem do ranking das maiores. “Nosso esforço é para estarmos sempre entre as três maiores do mundo, mas nos preocupamos mais com rentabilidade do que com market share”, esclareceu. Mesmo tendo passado da primeira posição para a segunda do mundo em 2012, a Lufthansa Cargo segue com uma das poucas empresas de carga aérea com resultados financeiros positivos nos últimos três anos. A maioria acumula perdas.
O Brasil representa hoje 44% da receita referente à importação e exportação de carga transportada pela Lufthansa Cargo na América Latina e 18% da receita da empresa está relacionada com a América Latina. “O grande desafio é planejar os voos para amenizar o impacto do desequilíbrio existente entre importação e exportação”, disse Daniel Bleckmann, diretor regional da Lufthansa Cargo, responsável pelos mercados da América Latina e Caribe. A demanda é muito maior do exterior para o país do que na direção contrária. Segundo ele, é por isso que a malha aérea contempla, entre as nove frequências cargueiras semanais, voos diretos entre Brasil e Europa e outros com escala em Manaus e Curitiba, em território brasileiro, ou extensão para Uruguai, Argentina, Equador e Colômbia.