A declaração da OMC (Oganização Mundial do Comercio), na última quarta-feira, 2 de fevereiro, confirmou que a Boeing recebeu substanciais e ilegais subsídios do governo durante muitas décadas, e que tais subsídios geraram um significativo e contínuo efeito negativo na indústria européia, em especial, a Airbus.
A indústria européia espera que o próximo relatório da OMC, a ser publicado em poucas semanas revele os seguintes tópicos:
1 – Que a Boeing não teria sido capaz de lançar o 787 sem subsídios ilegais.
2 – Que a Boeing recebeu pelo menos US$ 5 bilhões dos contribuintes, que foram considerados ilegais. A quantificação de subsídios adicionais, além deste valor, será realizada em estágios posteriores ao presente litígio, caso a Boeing decida obtê-los.
3 – Que um adicional de mais de US$ 2 bilhões em subsídios estatais e locais que a Boeing deverá receber, são ilegais.
4 – Que o efeito desses subsídios é significativamente maior do que o valor nominal dos subsídios, em função da sua natureza particularmente sutil.
5 – Que esses subsídios sutis têm distorcido totalmente a concorrência no setor aeronáutico, resultando diretamente em significativos prejuízos para a indústria aeroespacial européia.
6 – Que o efeito desses subsídios deve continuar, colocando a Airbus em significativa desvantagem.
Ao concluir que os financiamentos do Departamento de Defesa e da NASA são subsídios ilegais, a decisão da OMC exigirá mudanças fundamentais nos mecanismos de financiamento dos EUA.
A decisão da OMC também confirmará que o Estado de Washington e a cidade de Everett deverão parar de subsidiar a Boeing. A menos que eles sejam suspensos, esses subsídios aumentarão anualmente até 2024.
Espera-se que a OMC diga que os bilhões em subsídios que beneficiam a Boeing têm um efeito prejudicial significativamente maior que os Empréstimos Reembolsáveis para a Airbus. O fabricante europeu estima que pelo menos US$ 45 bilhões sejam uma quantia realista, baseado nas perdas de vendas identificadas pela Airbus, como resultado desses subsídios. Considerando os casos em conjunto, a OMC terá luz verde para continuar com os empréstimos na Europa e exigirá que a Boeing não possa mais receber o apoio ilegal para pesquisa e desenvolvimento feito pela NASA, o Departamenteo de Defesa e os contribuintes norte-americanos.
“A Airbus está muito satisfeita com os excelentes resultados obtidos pela Comissão Européia e os Estados Membros. A partir de hoje, a Boeing não pode mais fingir que não se beneficia dos generosos e ilegais subsídios estatais. Tem sido assim desde o início e é hora de parar de negar”, disse Rainer Ohler, Diretor de Relações Públicas e Comunicações. “Esperamos poder contar com a OMC ainda por muitos anos e, como em todos os conflitos comerciais, alcançar a solução, só por meio de negociações. O mito de que a Boeing não recebe ajuda do governo já tenha terminou e esperamos que isso dê o tom para que as futuras negociações possam ser equilibradas e produtivas.”