Foto: Enos Moura Filho

A Infraero apresentou ontem, 11 de dezembro, a sua atuação no projeto Agile GRU, que vai aprimorar o controle das operações de chegadas e partidas do Aeroporto Internacional de Guarulhos, Governador André Franco Montoro, o GRU Airport. A empresa é responsável pela torre de controle e vai adotar procedimentos de pousos e decolagens simultâneos, o que dará mais rapidez, eficiência e segurança à movimentação de aeronaves do maior aeroporto do País.

Com os novos procedimentos, que seguem as normas da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e que foram alinhados com os integrantes do setor aéreo, as chegadas e partidas controladas pela Infraero em Guarulhos passam a aproveitar melhor a estrutura do aeroporto e do espaço aéreo. Isso porque uma aeronave poderá pousar por uma das cabeceiras enquanto, na pista ao lado, estiver ocorrendo uma decolagem, desde que as condições meteorológicas estejam visuais e que seja mantida a separação entre as aeronaves para evitar efeitos de turbulência no momento da autorização do pouso ou decolagem. Esses fatores garantem toda a segurança do procedimento.

“Essa nova operação vai aumentar a fluidez no tráfego de aeronaves voando e em solo. Isso ajudará a diminuir os atrasos e a reduzir o consumo de combustível e emissão de CO2. Além disso, com o tráfego aéreo mais ágil, é possível até mesmo favorecer o Aeroporto de Congonhas com menos esperas pelas aeronaves, por exemplo”, explica o superintendente de Gestão da Navegação Aérea da Infraero, Marcus Gurgel.

As novas regras para uso das pistas de pouso e decolagem em Guarulhos foram elaboradas a partir de um grupo de trabalho entre a Infraero e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV/SP), GRU Airport, Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e Associação Internacional das Empresas Aéreas (Iata), com apoio da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Para incrementar a eficiência operacional do aeroporto, os participantes adotaram o processo de decisão colaborativa. “Foi um trabalho muito discutido e debatido. Assim, todos os envolvidos atuaram para chegar à decisão final, resultando na otimização do uso de recursos e na previsibilidade das operações, o que melhora a relação entre eficiência e custos”, explica Gurgel.

A segurança, por sua vez, é o principal elemento do projeto, no qual todos os participantes pautaram suas ações. “Segurança é pilar e, a partir dela, o projeto vai dar uma dinâmica maior para que as aeronaves não gastem muito tempo para pousar e decolar. Com isso, o passageiro vai perceber a agilidade das operações”, afirma o chefe do Subdepartamento de Operações do Decea, Brigadeiro do Ar Ary Rodrigues Bertolino.

A decisão conjunta entre os elos e a maior agilidade nas operações vão levar em conta um ponto favorável do aeroporto – a disponibilidade de operações visuais. De acordo com a concessionária GRU Airport, cerca de 95% das operações ocorrem em condições visuais. “Para absorver o movimento que poderá aumentar, em dezembro começam as obras de construção do pátio 7, com investimento de R$ 100 milhões”, afirma o diretor de Operações da GRU, comandante Miguel Dau.

A concepção do projeto Agile GRU teve como referência as operações do Aeroporto Internacional de San Francisco, nos Estados Unidos, onde a distância entre as cabeceiras das pistas é de 230 metros. Em Guarulhos, a separação é de 375 metros. A partir do modelo adotado lá, as análises e decisões foram adequadas à realidade de Guarulhos pelos participantes do projeto.

A partir dessa etapa, a Infraero capacitou seus 58 profissionais de tráfego aéreo na EPTA São Paulo/Guarulhos. Eles estão atualizados e prontos para fazer o controle das operações de acordo com os novos procedimentos. Os treinamentos foram ministrados entre julho e dezembro deste ano, com briefings operacionais, aulas teóricas, testes e simulado, em tempo real, na Torre de Controle 3D do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), em São José dos Campos (SP). Ao todo, foram 4,8 mil horas de treinamento. Ao todo, R$ 1,3 milhão foram investidos no treinamento dos controladores civis e militares.

A preparação e o modo de operação foram referendadas peça Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata). “Já é pratica usual no Aeroporto de San Francisco e o nosso objetivo é contribuir para trazer as melhores práticas para os países onde a gente opera”, declarou o diretor assistente de Segurança Operacional e Operações de Voo da Iata, Júlio César de Souza Pereira.

Com isso, a operação do sistema de controle de tráfego aéreo na torre de controle do Aeroporto de Guarulhos passa a se aprimorar para atender ao maior aeroporto do País e da América do Sul, responsável por movimentar uma média de 830 pousos e decolagens por dia, além de cerca de 40 milhões de passageiros por ano.

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