A TAM Airlines e a Airbus realizaram o primeiro vôo utilizando o biocombustível produzido a partir do óleo de pinhão manso na última segunda-feira, 22 de novembro, com uma aeronave Airbus A320. O biocombustível, produzido pela empresa UOP LLC, do grupo Honeywell, continha 50 por cento da mistura de bioquerosene produzido a partir do óleo de pinhão manso originário do Brasil e a outra parte de querosene convencional para aviação.
Vinte pessoas da TAM Airlines e da Airbus estavam a bordo do A320 equipado com motores CFM56, que decolou do aeroporto internacional Tom Jobim no Rio de Janeiro, sobrevoou o Oceano Atlântico por 45 minutos e retornou ao ponto de origem.
“Hoje a Airbus e a TAM deram um passo importante para o estabelecimento da “cadeia de valor” – uma solução que é comercialmente viável e sustentável, sem causar impacto nas pessoas, na terra, nos alimentos, nem na água”, afirmou Paul Nash, chefe do Departamento de Novas Energias da Airbus. “Esse vôo é a evidência do comprometimento da indústria da aviação no avanço das metas que estabeleceu para si própria para a redução de CO2: crescimento neutro em carbono a partir de 2020, atingindo 50 por cento de redução líquida na taxa de emissão de C02 até 2050.”
Estudos conduzidos pela Michigan Technological University mostram que os biocombustíveis para a aviação produzidos a partir do pinhão manso poderiam atingir reduções entre 65 e 80 por cento nas emissões de carbono, quando comparados a querosene convencional de aviação, produzida a partir do petróleo. Ambas, a TAM Airlines e a Airbus, apóiam as pesquisas e as avaliações da sustentabilidade e da viabilidade econômica para a implementação da cadeia de valor da bioquerosene no Brasil.
“Esse vôo experimental materializa a participação da TAM em um amplo projeto para desenvolver uma cadeia de produção para o biocombustível renovável, com o propósito de criar uma plataforma brasileira para a bioquerosene de aviação sustentável”, comentou Libano Barroso, CEO da TAM Airlines.
Como parte do compromisso contínuo de garantir que as viagens aéreas continuem sendo uma das formas de transporte mais eco eficientes, a Airbus desenvolveu um roteiro de trabalho para tornar a tecnologia de combustíveis alternativos e de biocombustíveis uma realidade para a aviação. Além de seus esforços juntamente com a TAM Airlines, em fevereiro de 2008, uma aeronave Airbus A380 completou com muito sucesso e pioneirismo o primeiro vôo realizado por uma aeronave comercial usando GLT (Gas to Liquid), e, em outubro de 2009, a Airbus e a Qatar realizaram o primeiro vôo comercial a utilizar a mistura de 50 por cento de GTL.
“A mais nova e moderna frota de aeronaves Airbus da TAM produz as mais baixas taxas de carbono da região e torna possíveis iniciativas como estas de hoje, ao mesmo tempo em que mostra à indústria da aviação o caminho para contribuir com essa causa”, acrescentou Nash.
O Airbus A320 da TAM usado no vôo com o biocombustível pode transportar até 174 passageiros em vôos domésticos regulares e é equipado com motores CFM56-5B, fabricados pela CFM International, uma joint venture entre a GE dos Estados Unidos e a empresa francesa Snecma (do grupo Safran).
O vôo experimental foi aprovado pela Airbus, pela CFM, e obteve a permissão das autoridades de aviação da Europa (European Aviation Safety Agency – EASA) e do Brasil (Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC).