Foto: Enos Moura Filho
Foto: Enos Moura Filho

 

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) reportou modesto crescimento no mercado de transporte de carga em agosto. No mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 3,6%, consideravelmente melhor do que a expansão de 0,7% obtida até o momento.

A demanda para transporte de carga aérea vem crescendo lentamente desde abril, paralelamente ao crescimento da confiança no negócio e a uma melhor performance econômica da Europa e dos EUA. A zona do euro, por exemplo, estabilizou-se no segundo quadrimestre de 2013 e o volume de importações melhorou. Um aumento exponencial, entretanto, deriva do grande crescimento no transporte aéreo de cargas na região da Ásia-Pacifico – líder no mercado de transporte aéreo com 38% de participação no mercado global. Em comparação com anos anteriores, o crescimento dessa região foi praticamente nulo (-0,2%).

“Há sinais de melhora na demanda, mas o mercado de transporte aéreo continua bastante difícil. O volume de frete em 2011 só conseguiu ser alcançado recentemente quando o negócio atingiu US$ 67 bilhões. Neste ano, espera-se movimentar US$ 59 bilhões com transporte de carga em todo mundo. Esses eram valores obtidos em 2007. Mas para alcançar essa receita movimentaremos algo em torno de 17% a mais de carga e teremos custos 40% mais altos com combustível. O caminho a ser percorrido é desafiador”, disse Tony Tyler, CEO e diretor-geral da IATA.

Análise Regional

O volume do crescimento em agosto está concentrado nas transportadoras da Europa e do Oriente Médio, enquanto os transportes na região da Ásia-Pacífico continuaram estagnados, e na África reduziram significativamente.

Transportadoras Latino-Americanas: tiveram grande crescimento no transporte aéreo de cargas no mês de agosto: 12,6%. A quantidade expressiva de comércio na América Latina (em 8% em Julho desde o inicio do ano) confere base sólida para expansão na demanda do transporte aéreo de cargas.

Transportadoras Norte-Americanas: apresentam leve recuperação de 0,7%. Tem havido certa volatilidade no mercado de transporte aéreo de carga no mercado norte-americano em 2013. Até o momento, as transportadoras americanas tiveram redução de 1,2%.

Ásia-Pacifico: a demanda por fretes nessa região foi praticamente nula (-0,2%) quando comparada a agosto do ano passado. Isso indica um declínio anual até o momento de 1,9%. Esse baixo movimento das transportadoras aéreas pode ser largamente atribuído a uma redução nos mercados emergentes e à desaceleração do crescimento na China durante o primeiro semestre. Uma recuperação do comércio a partir de julho (em resposta à força dos mercados desenvolvidos) pode ser um sinal encorajador. Entretanto, as transportadoras passarão a sofrer concorrência pesada no mercado de transportes de carga a longa distância. Já as transportadoras do Oriente Médio, por exemplo, expandiram significativamente seu transporte de carga (12,7% até o momento).

Transportadoras Europeias: expandiram 3,4% em agosto com capacidade para 4,2%. A economia europeia dá sinais de recuperação e as importações cresceram. A zona do euro tem aumentado seus pedidos para exportações durante 27 meses consecutivos até agosto, o que sugere grande crescimento no volume de exportações nos meses futuros.

Transportadoras do Oriente Médio: têm apresentado grande crescimento na região em 2013. Em agosto, o volume de transportes aéreos havia crescido 23,8% no período, o que foi um exagero devido ao impacto do Ramadã, antecipado em um mês este ano. O crescimento anual gira em torno de 12,7%. Aparentemente, houve aceleração do crescimento do transporte aéreo de cargas no Oriente Médio nos últimos meses (mesmo quando descontado o impacto do Ramadã). Isso se dá por causa de uma crescente demanda de países desenvolvidos. A localização estratégica e eficientes conexões têm permitido que se formem importantes players no transporte aéreo de carga entre os centros produtores na Ásia e consumidores na Europa, por exemplo.

Transportadoras Africanas: sofreram nova queda de 9,7% no volume de transporte aéreo de cargas. O crescimento tem diminuído e atualmente está em 0,7% ao ano, até o momento. Apesar de considerável volume e forte crescimento em alguns países africanos, as transportadoras africanas têm enfrentado grande concorrência em algumas rotas-chave para o comércio.