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Previsão global para o mercado de aviação executiva

Foto: Enos Moura Filho
Foto: Enos Moura Filho

O 22º Relatório Anual dos Negócios de Aviação, publicado pela Honeywell, está prevendo a entrega de até 9.250 novos jatos executivos, no valor de mais de USD 250 bilhões entre 2013 e 2022.

O relatório 2013 da Honeywell prevê crescimento entre 3% e 4% nas entregas projetadas em comparação com a previsão de 2012. Apesar das entregas de unidades terem sido ligeiramente mais baixas, o valor é fruto de aumentos de preços e da mudança contínua no mix de entrega de jatos executivos, o que reflete a tendência em curso por modelos maiores de jatos executivos.

O reporte da Honeywell em 2013 prevê a entrega de cerca de 600 a 625 novos jatos executivos, diminuição de um dígito em relação aos níveis registrados no ano passado. A redução nas entregas esperadas para 2013 são, em grande parte, devido a atrasos nos programas, ao invés de redução na demanda.

“As entregas da indústria, esperadas para 2014, estão previstas para serem um pouco mais modestas, refletindo a recuperação nas restrições da oferta e alguns ganhos ligados ao ritmo previsto para a recuperação da economia global”, disse Rob Wilson, presidente da Honeywell para negócios e aviação geral”.

Em seu último levantamento, a Honeywell descobriu que os operadores entrevistados pretendem fazer novas compras de jatos, equivalentes a cerca de 28% das suas frotas nos próximos cinco anos, quer para substituição, quer para em adição de novas peças à frota atual. Este nível de interesse tem sido em grande parte, estável nos últimos quatro ciclos de pesquisa, e se compara favoravelmente com os resultados alcançados até 2006, que mostravam demandas inferiores a 25%, ou menos. Desses novos planos de compra de jatos executivos, 19% são esperados para ocorrer em 2014, com participações maiores, de mais de 22% ao ano, previstas para 2015 e 2016. A pesquisa não encampa dados específicos para além de 2016. Este resultado é um pouco melhor quando comparado com o do ano passado e leva a um ganho modesto na demanda projetada em curto prazo.

As expectativas de compra mais elevadas continuam focadas em aeronaves com cabines maiores, que vão desde as super médias, passando pelas de escala ultra longa, até as aeronaves comerciais, implicando que estes tipos de aeronaves vão comandar a maior parte do valor cobrado à partir de agora até 2023. Este grupo de aviões de cabine larga deverá representar mais de 80% de todos os investimentos em novos jatos executivos no curto prazo. O crescimento do volume de negócios até 2023 será liderado por esta classe de aeronave, representando quase 60% das unidades adicionais e quase 85% do valor negociado.

“A tendência de aeronaves com cabines maiores, com maior alcance e mais tecnologia embarcada é vista com mais força do que nunca na pesquisa deste ano”, disse Wilson. “Como um fornecedor completo para a indústria, a Honeywell tem sido bem sucedida em antecipar as tendências, as necessidades de avanço e as capacidades tecnológicas das aeronaves de médio e grande porte, que entrar em serviço nos próximos anos”.

“O levantamento feito pela Honeywell junto com os operadores da indústria tem sido uma ferramenta de valor inestimável para o mercado ao longo das últimas duas décadas”, explicou Carl Esposito, vice-presidente de marketing e gestão de produtos da Honeywell Aerospace. “A perspectiva anual tem ajudado a guiar o nosso próprio processo de decisão, o que levou a investirmos com foco em projetar e desenvolver ofertas otimizadas de produtos de propulsão, em upgrades de eficiência de voo, em produtos de segurança e em serviços inovadores e avançados. Também contribuiu para a nossa estratégia de busca de negócios, e ajudou a posicionar a Honeywell de maneira consistente em plataformas de alto valor, em diversos setores de crescimento” .

Os resultados das compras regionais têm nuances de acordo com a maturidade, o ambiente econômico de cada mercado e outras características. Os mercados emergentes geralmente apresentam maior crescimento, mas também os níveis historicamente mais voláteis de demanda, bem como uma preferência mais acentuada por aeronaves maiores. Como os mercados tradicionais da região têm lidado com a variabilidade econômica e as incertezas políticas, os principais mercados emergentes têm moldado o recente crescimento da indústria, o backlog e a composição da carteira.

Este ano vamos ver um realinhamento das quotas de mercado regionais no curto prazo. O nível global de demanda de aeronaves, previsto para a América do Norte, aumentou pela primeira vez em um período recente. Este ano, cerca de 61% da demanda projetada vem das operadoras norte americanas, com aumento de oito pontos com relação à pesquisa de 2012. “Novos e mais fortes planos de aquisição de aeronaves na América do Norte são boas notícias e devem apoiar o impulso indústria, bem como em algumas das regiões de crescimento mais elevadas, considerando um ano de taxas de crescimento modestamente reduzidas”, disse Wilson.

A Honeywell destacou o crescimento nos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) em 2011. No ano passado, estes países lideraram os resultados da pesquisa, com 46% dos planos de aquisição. Este ano o grupo representa 42% das intenções de compra, mas com um forte perfil de demanda em curto prazo. Enquanto no ano passado cerca de 40% das compras do BRIC foram planejadas para acontecer dentro de dois anos, neste ano 50% da atividade de compra destina-se para o próximo biênio.

Juntos, os resultados dos mercados emergentes do BRIC refletem uma ligeira moderação no entusiasmo em relação ao ano passado, mas os números ainda são muito fortes em comparação com outras regiões, ou com os resultados acumulados durante os mais de 20 anos de levantamento da Honeywell.

Ásia Pacífico

Na região da Ásia e do Pacífico, onde muitos dos principais players do setor têm grandes expectativas para o crescimento de longo prazo, os operadores relatam planos de novas aquisições de jatos para o equivalente a 24% das frotas. Este valor é inferior aos 34% relatados no ano passado, e sofreu queda para abaixo da média mundial, apesar das sólidas contribuições da China. Como resultado, a participação total deste mercado na demanda global, ao longo dos próximos cinco anos, é de cerca de cinco por cento, dois pontos a menos que no comparativo com 2012.

As frotas nesta região têm crescido a taxas de dois dígitos ao longo dos últimos cinco anos. Este ano, menos de 20% dos entrevistados planejam novas compras no primeiro ano de um horizonte de cinco. Quando se compara o tempo de compra na região da Ásia e do Pacífico com as duas últimas pesquisas, fica evidente que o perfil dos compradores ficou mais modesto e que parte do declínio geral nos planos de compra pode ser atribuído ao recebimento de aeronaves encomendadas em anos anteriores, moderando o comportamento exuberante do passado e um nivelamento do mercado que afeta as principais economias da região. No entanto este parece ser um fenômeno de curto prazo, como demonstrado na maioria das previsões que apontam para uma recuperação relativamente forte, relacionada ao crescimento econômico da região, já no próximo ano.

“É fundamental entender que os resultados colhidos pela pesquisa nesta parte do mundo continuam com base na menor base de operadores e não acreditamos que os resultados de 2013 representam qualquer mudança estrutural nas regiões de crescimento subjacentes, ou no compromisso com a aviação executiva”, Wilson observou.

Oriente Médio e África

A parcela de projeção da demanda global de cinco anos, atribuída ao Oriente Médio e África, partiu para o lado inferior de sua série histórica, com redução de 4% a 7% neste ano.

No Oriente Médio e na África, 26% das frotas dos entrevistados tem previsão, ou para serem substituídas, ou para a compra de novos jatos, abaixo dos 32% no ano passado. O nível de planos de compra está perto da média mundial, embora 2013 tenha sido um ano de turbulência política significativa e de conflitos em curso na região. Apesar da instabilidade regional, os operadores indicam que suas compras podem acontecer mais cedo na próxima janela de cinco anos, do que o esperado no ano passado, com cerca de 47% das compras planejadas antes de 2016 .

América Latina

Os resultados de pesquisa para a América Latina indicam 39% de intenções de substituição, ou para novas compras para a frota, número que está inalterado em relação resultado do ano passado. Além disso, as aquisições planejadas continuam maiores que a média mundial, com quase 52% das compras projetadas para esta região programadas para acontecer no próximo período de três anos. Tal como acontece com o mercado da Ásia e do Pacífico, as entregas parecem ter diminuído, embora em menor grau. Como resultado dos altos níveis de planos de compra, parte da demanda projetada total da América Latina manteve-se estável em comparação com o ano passado, na casa dos 18%.

América do Norte

A América do Norte, o mercado líder do setor, viu os novos níveis nos planos de compra de jatos melhorarem – cerca de três pontos -, com a média mundial de 28%, após uma média de quase 25% de intenção, nos últimos seis anos. Embora os planos de compra tenham se moderado quando comparados com mercados emergentes, a América do Norte representa mais da metade da demanda mundial projetada para os próximos cinco anos, com base na frota de jatos executivos da região, confirmando a indiscutível importância da região para o futuro da indústria.

O momento de aquisições na América do Norte foi adiado em comparação com outras regiões, sugerindo que, apesar dos melhores níveis de juros agregados nos próximos cinco anos, relatados por potenciais compradores, os planos de conversão em curto prazo poderiam ser moderados entre 2015 e 2016.

Europa

As expectativas de compra da Europa diminuíram para 25% este ano e estão abaixo dos níveis de 30% a 33% observados nas três pesquisas anteriores. A cota europeia na demanda global estimada para os próximos cinco anos caiu de 12% para 6%, na pesquisa de 2013. A resiliência mostrada previamente pelos operadores europeus, em face das condições econômicas, pode ter chegado ao ponto de fadiga, com as fracas perspectivas de crescimento esperadas para 2014. A Rússia, que tem apoiado a região com fortes ambições de compras locais, sofreu redução nos planos de compra, como demonstrado na pesquisa de 2013 também. Devemos observar que as respostas dos russos na pesquisa deste ano foram limitadas, por isso a pequena amostra acrescentou um elemento de volatilidade que não esteve presente em pesquisas anteriores, subestimando a verdadeira demanda para a região.

A comparação do calendário de aquisições europeias indica estabilidade e uniformidade nas proporções de demanda para os próximos três da janela de cinco anos, com média de cerca de 20% ao ano.

“Nós continuamos a ver as tendências macro subjacentes e que suportam a demanda potencial para jatos executivos, tornando atraentes as perspectivas do setor, em longo prazo”, disse Wilson. “Outros fatores que acreditamos que irão ajudar a acelerar o crescimento global da aviação executiva são as reformas estruturais e regulamentares a longo atraso, e que têm o potencial para desbloquear um poder de compra significativo que irá impulsionar a expansão da aviação. A inovação nos produtos, como as soluções de tecnologia na banda Ka, desenvolvidas pela Honeywell, além das nossas atualizações no sistema SmartView apoiam a ampliação do uso de aeronaves como umas das ferramentas chave, nos negócios e na economia global ” .

A atividade de voo

Entre as compras de novos jatos e as atividades de voo ao longo do ano passado, o ritmo da recuperação tem sido mista. Grande parte do terreno perdido pelas operações durante a recessão de 2009 ainda continua a ser recuperado, mas melhorias modestas nas atividades internacionais de voo e nas operações nos Estados Unidos, em geral, têm sido vistas nos últimos meses.

Entre os índices seguidos pela Honeywell, jatos usados ​​para venda e a fuga de atividade merecem especial atenção.

O número de jatos usados ​​para venda, hoje, aumentou ligeiramente de um ano para cá. Cerca de 12,5% da frota de hoje é para revenda, contra uma alta de quase 16% alcançada em 2009. Os níveis atuais são quase normais à luz da história da última década, mas a redução atual foi maior, apesar do declínio nos preços pedidos por aeronaves usadas.

Inventários mais jovens – com 10 anos ou menos – normalmente representam menos de 20% do total de aeronaves que estão à venda, mas este ano o número girava em torno de 25%. Isto representa uma redução das médias recordes, de cerca de 30% alcançadas em 2009. Em 2013, os investimentos em melhorias permanecem paralisados, acrescentando outra nota de advertência para as tendências do mercado global. Uma nota positiva, os entrevistados aumentaram moderadamente suas aquisições de jatos usados em cerca de seis pontos este ano, que equivale a 26% por cento das suas frotas esperadas para os próximos cinco anos. Todas as regiões registraram aumento nos planos de compra de jatos usados​​, exceto a África e o Oriente Médio.

As perspectivas de melhoria nos níveis de atividade de voo num futuro próximo são modestas. A Honeywell espera que, nos EUA, os ciclos de jatos executivos vão fechar este ano com uma pequena expansão, de cerca de um a dois por cento, atribuídos principalmente ao crescimento no mercado de voos internacionais, e às operações em charter relativamente fortes. O próximo ano deverá trazer crescimento na casa do um dígito, prevendo um caminho lento ao longo dos próximos anos, no caminho de volta à normalidade histórica.

A atividade Europeia em 2013 – que não inclui a Rússia, neste caso – deverá diminuir cerca de 3%. Os voos internacionais (para fora da UE) são realmente positivos até o momento. O modesto crescimento é esperado para 2014, impulsionado, em parte, pela melhoria das perspectivas econômicas na Europa Ocidental, mas também sob uma perspectiva mais forte para a Europa Oriental. No levantamento, as operadoras informaram que as alterações previstas na utilização de jatos executivos foram misturadas com planos de voar mais para a América do Norte, África e Oriente Médio, em contraste com posições mais estáveis com outras regiões.

Mercado Fracionado

As atividades de voo para operações charter semelhantes e de propriedades fracionadas parecem estar relativamente bem nos EUA, mas ainda não são traduzidas em novas entregas de aeronaves. Os operadores fracionários compraram apenas 20 novos jatos este ano. Uma grande encomenda, de 225 aviões da Bombardier e Cessna no ano passado, feita pela NetJet impulsionou o backlog e novas ordens de compra, incluindo uma de 85 aeronaves feita pela Directional Aviation este ano deve, e que impactar positivamente o desempenho de entrega em 2014, com base em cronogramas de entrega .

Insights adicionais dos operadores

Na pesquisa deste ano, dois temas comuns surgiram a partir das respostas dos operadores ao redor do mundo. A demanda dos mercados em desenvolvimento, mesmo que ainda significativamente maior em comparação com a dos mercados maduros, continua a refletir as condições de resfriamento econômico no curto prazo, e, em alguns casos, a turbulência regional. Além disso, as respostas dos governos para os crescimentos nos orçamentos, as dívidas e a legislação/regulamentação relacionada a aeronaves, em todo o mundo, permanecem como fatores que influenciam os planos de compra a curto prazo. Os operadores em cada região expressaram preocupações sobre o ambiente regulatório – particularmente os de obrigações, o tempo de restrições de dias de uso, os esforços de modernização do tráfego aéreo e taxas de utilização e as leis tributárias. Ainda assim, quando se olha o futuro, a maioria das operadoras pesquisadas acredita que o crescimento econômico local será estável, ou vai melhorar no curto prazo.

Metodologia

A metodologia utilizada para o estudo da Honeywell é baseada em múltiplas fontes, incluindo, mas não limitada a, análises macroeconômicas, informações de desenvolvimento de equipamentos originais fornecidas pelos fabricantes e as deliberações de especialistas no setor aeroespacial. Como sua característica mais marcante, a Honeywell também cruza informações coletadas a partir de entrevistas realizadas durante o ciclo do estudo com mais de 1500 operadores de jatos executivos em todo o mundo. A amostra da pesquisa é representativa de toda a indústria, em termos de geografia, no que tange ao funcionamento e a composição da frota. Esta abrangente abordagem fornece à Honeywell um extrato das ideias e sentimentos dos operadores, as preferências e preocupações do mercado e fornece uma visão considerável sobre as necessidades de desenvolvimento de produtos e oportunidades da indústria.

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Last Updated on outubro 23, 2013 by Alexandre Barros (Aviação Brasil)