A VASP é muita querida no setor, é a segunda empresa mais antiga do Brasil que ainda está em operação, porém, a administração de seu atual Presidente e proprietário, Wagner Canhedo, o qual estimo muito pela teimosia em fazer a companhia continuar voando, chegou num momento em que todos imaginavam que iria acontecer! Chegou o momento de se colocar ORDEM no setor!
A situação da VASP começou a se agravar a partir de setembro, momento em que o Departamento de Aviação Civil – DAC, determinou que 6 aeronaves da companhia não poderiam mais voar por não estarem de acordo com normas técnicas de segurança do próprio fabricante, a Boeing.
Em momento quase simultâneo, acontecia uma paralização por parte dos seus funcionários, acarretando atrasos e cancelamentos em alguns vôos.
Em outubro a General Electric impetrou um pedido de falência por uma dívida de R$ 9 milhões de Reais, que eram oriundos de serviços de manutenção em 22 aeronaves da empresa. A partir deste momento, a VASP deu início a um corte de funiconários, corte de 11% do volume de vôos e desativação de operações nas cidades de Campinas, Londrina, Ilhéus, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Corumbá e Florianópolis.
Ainda em outubro, a Infraero, empresa do governo que administra os aeroportos brasileiros, endureceu o jogo com a VASP para cobrar uma dívida de R$ 11 milhões de Reais. A estatal passou a cobrar as taxas aeroportuárias diariamente.
Em novembro a VASP passou a ofertar seus ociosos Boeing 737-200 para efetuar vôo charter, os famosos fretamentos.
Em dezembro a VASP passou a oferecer uma malha de vôos preferenciais para o nordeste brasileiro, partindo do Rio de Janeiro e São Paulo, para aproveitar a alta temporada.
Foi neste último mês que os transtornos àqueles que fazem girar receita na companhia, seus passageiros, começou a aparecer. Por determinação de sua diretoria, os vôos com menos de 50% de ocupação estavam com ordem de serem CANCELADOS, desrespeitando assim o que a companhia tinha de mais valioso no momento, seu CLIENTE.
A série de cancelamentos fez com que a atual crise da empresa tivesse desdobramentos ruins e que se voltaram contra ela mesma. A VASP, a partir deste momento, além da crise, caiu em descrédito. Você comprava a passagem com promoção relâmpago no site, com valor 20% menor ao da menor tarifa do site, pegava seu bilhete e não embracava!! A irritação dos seus clientes, ou agora, ex-clientes, eram visiveis nos guiches dos aeroportos.
Finalizando, no dia 26 de Janeiro, um dia após o aniversário da cidade de São Paulo, a companhia que leva o nome da cidade nos céus do Brasil, foi impedida pelo DAC, após auditoria na empresa, de realizar vôos regulares por falta de condições. A alternativa dada pelo DAC é de que a VASP realizasse pelo menos vôos fretados, iddéia refutada pelo seu presidente.
Assim, se a história desta companhia de 1933 não está chegando ao fim, pelo menos que se reestruture, se for possível, para dar ao seu passageiro, seu maior cliente, condições de oferecer um serviço compatível com o mínimo de respeito, ou seja, cumprindo seus horários.
Espero estar nos próximos meses falando da volta da empresa, mas assim como muitos que admiram a VASP, sou, além de editor, mais um torcedor em volta aos acontecimentos!
FONTE: Aviação Brasil – Alexandre Barros – São Paulo/SP