A família Constantino, dona da empresa aérea Gol, vai hoje à tarde a Brasília para anunciar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a compra da Nova Varig, segundo a coluna de Ancelmo Gois no O Globo desta quarta-feira.
A intenção, ainda de acordo com o jornal, é manter a marca da Varig para vôos internacionais e a da Gol nos domésticos. A empresa teria dois terços da ponte aérea Rio-São Paulo. Com a venda, a Varig – que está impedida de alugar aviões por causa da antiga falta de crédito – receberia, em 90 dias, seis boeings 777 para as rotas internacionais.
Já segundo o jornal Estado de S. Paulo, as negociações estão avançadas e, para evitar riscos de contaminação da Gol, que tem ações nas bolsas de Nova York e São Paulo, o negócio seria fechado por uma empresa chamada Águia, pertencente à família Constantino.
No entanto, a chilena Lan, que no dia 31 de janeiro anunciou um empréstimo de US$ 17,1 milhões à Nova Varig, valor passível de ser convertido em ações, continua na disputa. A empresa já teria realizado um “due dilligence” (análise de dados financeiros) da Varig. O único entrave seria receptividade de sua proposta junto ao governo brasileiro. Pelo contrato do empréstimo, a LAN tem preferência na venda e terá de ser ressarcida caso o Matlin decida realmente vender sua participação para a Gol.
Ainda de acordo com o Estado de S. Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já encomendou a redação de uma Medida Provisória aumentando de 20% para 49% o limite de participação de empresas estrangeiras em companhias aéreas brasileiras.
Questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o negócio, após o vazamento de informações, a Gol não negou sua intenção e afirmou, em comunicado, que “investiga e considera as diversas oportunidades de aquisições, joint-ventures e combinações de negócios. Nesse contexto, a companhia até o presente momento não tomou decisão no sentido de efetuar uma aquisição.”
FONTE: Invertia – Redação – São Paulo/SP