Cada plano se inicia com a identificação das espécies existentes, análise de risco para identificar quais as espécies que representam maior perigo para a atividade aérea e na eliminação de focos de atração de aves, tornando o sítio aeroportuário o menos atrativo possível às espécies de aves.
Em 2008, foram registradas 219 ocorrências de colisões entre aeronaves e pássaros no espaço aéreo circunvizinho aos aeroportos da rede Infraero.
No que compete à Infraero, os aeroportos realizam rotineiramente as seguintes ações internas:
1) Vistoria diária no sítio aeroportuário, identificação dos focos de atração de aves e animais, registro e acompanhamento estatístico das colisões de fauna com aeronaves;
2) Procedimentos para capturar animais na área de movimento;
3) Procedimentos para implantar programas de controle da cobertura vegetal, incluindo manutenção de corte de grama e recolhimento de aparas, desobstrução de valas de drenagem e galerias, eliminação de árvores frutíferas, operações para dispersão de aves (rojões) patrulhamento e vistoria das cercas operacionais e patrimoniais;
4) Procedimentos de informação e alerta para tripulação sobre a localização de focos nas proximidades do aeródromo.
O aeroportos, no entanto, sofrem forte influência dos seus entornos. Apesar de existirem legislações regulatórias, nas áreas circunvizinhas é grande a ocorrência de focos de atração de aves, como lixões, matadouros, fábricas de alimentos etc. Além disso, há o crescimento desordenado devido às invasões, os desmatamentos, as monoculturas, as utilizações de herbicidas e inseticidas em plantações, fatores que forçam as aves a buscarem áreas preservadas como os sítios aeroportuários.
Quanto a esses problemas, a Infraero realiza ações em conjunto com Cenipa, Comandos Aéreos regionais, Ibama, órgãos ambientais estaduais e municipais, universidades, comunidade aeroportuária, associação de moradores e escolas .
Em 2008, a Infraero contratou mais sete biólogos para desenvolverem essas ações na sua rede de aeroportos. Alguns se tornaram referência no controle de aves ao usar falcões, técnica conhecida como falcoaria. Desde março do ano passado, o Aeroporto de Belo Horizonte/Pampulha – Carlos Drummond de Andrade tornou-se pioneiro no País no manejo da falcoaria. A prevenção às colisões de aves com aeronaves é feita com quatro falcões de coleira, um gavião de penacho e um gavião bicolor, oriundos dos centros de triagem do Ibama e de criadouros. Treinados, caçam aves que podem entrar nas turbinas dos aviões, diminuindo, assim, o perigo aviário.
O uso de falcão na captura de algumas aves, como a coruja, permite que o falcoeiro faça a troca da ave por um pedaço de carne e que o animal seja solto, sem danos físicos, em outra área pré-determinada, afastada do aeroporto. Os gaviões caçam, principalmente, aves aquáticas do Ribeirão Pampulha. Todas as aves capturadas e realocadas, são marcadas com anilhas de alumínio para futuros monitoramentos.
FONTE: Aviação Brasil – Assessoria de Imprensa – São Paulo/SP