A Lockheed Martin e a Northrop Grumman disputam um contrato multibilionário para desenvolver um novo sistema de vigilância e reconhecimento aéreo para a Exército e a Marinha norte-americanos. A Embraer é uma parceira da Lockheed no negócio.

As empresas entregaram suas propostas em 3 de fevereiro e o Exército deve anunciar em maio o vencedor de um contrato inicial para o Aerial Common Sensor (ACS), avaliado em 670 milhões de dólares. Alguns analistas afirmam que o valor total do programa deve chegar aos 6 bilhões de dólares.

A parceria entre Embraer e Lockheed foi anunciada em julho do ano passado, um mês depois do anúncio de que a fabricante brasileira iria construir uma unidade industrial nos EUA, na Flórida, para jatos de defesa.

O vice-presidente da Lockheed, Wes Colburn, disse que a empresa começou a trabalhar em cima do ACS em 1997, e escolheu usar o jato regional ERJ 145 fabricado pela Embraer, que tem 70 por cento de suas peças fabricadas nos Estados Unidos. A Northrop escolheu o avião G450, o mais novo jato executivo produzido pela Gulfstream Aerospace, empresa pertencente à General Dynamics.

O G450 é mais potente e resistente do que o avião da Embraer, mas Colburn alega que isso não é importante já que essencialmente o avião tem que ser um “ônibus de carga”.

Ele disse que escolheu a aeronave da Embraer porque ela é mais confiável e por causa das operações logísticas da empresa brasileira estarem no mundo todo.

O sub-secretário de Defesa para Inteligência, Stephen Cambone, disse a representantes da indústria que o programa ACS é um bom exemplo de como os serviços militares estão cada vez mais trabalhando em conjunto para criar sistemas bélicos ao invés de desenvolvê-los separadamente.

Neste caso, a Marinha concordou em utilizar o programa liderado pelo Exército para substituir sua própria frota de aviões de vigilância EP-3.

Colburn disse ainda que o ACS vai permitir aos militares norte-americanos reduzir o tempo que levam para identificar ameaças inimigas e responder a elas.

“Esse sistema vai reduzir drasticamente o tempo do sensor para o atirador”, disse o executivo se recusando a revelar mais detalhes sobre o assunto.

Segundo um documento do Exército, o ACS terá uma variedade de sensores para detectar, identificar, localizar, rastrear e disseminar rapidamente informações para os combatentes.

Tanto a Lockheed quanto a Northrop receberam um adiantamento do Exército para a fase inicial de desenvolvimento do sistema. No entanto, o Exército quer chegar a um único vencedor.

Os planos das duas empresas são de uma aeronave tripulada com a perspectiva de deixar de ser tripulada no futuro.

O Exército pretende receber seu primeiro ACS no ano fiscal de 2009 com a substituição da frota devendo estar completa em 2017. A Marinha deve começar a pegar seus ACSs em 2012.

O presidente-executivo da Northrop, Ron Sugar, disse que oferta da companhia é fortalecida pela aquisição da TRW no ano passado e a anterior aquisição do grupo de sistemas eletrônicos da Westinghouse.

“Graças ao legado da TRW e da Westinghouse nós somos as pessoas que têm 50 anos de conhecimento desses negócios”, disse Sugar.

FONTE: Reuters – Fernando Valduga – Porto Alegre/RS

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