Os credores da Varig se reúnem hoje para deliberar sobre as propostas de reestruturação apresentadas até o momento. Como na primeira assembléia, a expectativa é de que os credores trabalhistas, reunidos na classe 1, tenham nova batalha.
No primeiro encontro, a briga entre sindicatos e associações de funcionários sobre quem representará os trabalhadores fez com que esta fosse a única classe que não definiu um representante no Comitê de Credores.
O Aerus, fundo de pensão das empresas aéreas e principal credor, com créditos de R$ 1,8 bilhão, já tem lugar definido depois de ter conseguido eleger Erno Dionísio Brentano, administrador especial dos planos da Varig no Aerus, como titular da segunda classe de credores, os que têm garantias.
Além do plano “oficial”, do Conselho de Administração da Varig, duas propostas chegaram ao Tribunal de Justiça do Rio. A primeira é da Docas Investimentos, do empresário Nelson Tanure, e a segunda, dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV).
A recuperação judicial da Varig tem mais um capítulo hoje, quando, pela segunda vez, os credores da companhia estarão reunidos para deliberar sobre as propostas de reestruturação apresentadas até o momento. Como na primeira assembléia, a expectativa é de que os credores trabalhistas, reunidos na classe 1, tenham nova batalha.
No primeiro encontro, devido à briga entre sindicatos e associações de funcionários sobre quem deve representar os trabalhadores, esta foi a única classe que não definiu o seu representante no Comitê de Credores que vai acompanhar a reestruturação da companhia.
O lado mais forte dos credores, no entanto, já tem lugar garantido no Comitê. O Aerus, fundo de pensão das empresas aéreas, é hoje o maior credor privado do grupo Varig, com créditos a receber que somam R$ 1,8 bilhão, todos com garantia. O fundo conseguiu eleger Erno Dionísio Brentano, administrador especial dos planos da Varig no Aerus, como titular da segunda classe de credores, a dos que possuem garantias dos seus créditos.
O próprio titular da classe 3, a dos sem-garantia, Adenauher Nunes, diretor-financeiro da Infraero, foi eleito na primeira assembléia de credores ao contar com o apoio do Aerus.
A chancela do Aerus é tida como fundamental por todos os envolvidos no processo de recuperação da Varig. Mas até o momento nenhuma declaração foi dada pelos representantes do fundo de pensão em relação aos planos apresentados por interessados no controle do grupo Varig.
A expectativa é de que, mesmo que conte com o apoio do Aerus, o plano apresentado pelo Conselho de Administração da Varig, encabeçado por David Zylbersztajn, não deve prosperar.
O Conselho defende medidas polêmicas, como a venda da subsidiária de carga VarigLog, a demissão de 13% do corpo de funcionários e ainda a transferência da principal base operacional da empresa para São Paulo.
Além do plano “oficial” apresentado pelo Conselho de Administração da Companhia, encabeçado por David Zylbersztajn, duas outras propostas já chegaram ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
A primeira foi da Docas Investimentos, do empresário Nelson Tanure. O plano de Docas conta com o apoio dos sindicatos de trabalhadores do setor aéreo. Pela proposta, a Docas investiria no curto prazo US$ 90 milhões no grupo Varig e capitalizaria a companhia com mais US$ 270 milhões em conversão de créditos contra a Varig.
Ao final do processo de capitalização, a Docas ficaria com o equivalente a 20% do capital total do Grupo Varig e 40% do capital votante. A atual controladora, a Fundação Ruben Berta, controlaria 10,56% do capital total e 20% do votante. Novos investidores que entrariam na companhia teriam direito a 61,03% do capital total e 37,09% do votante.
Entre os principais pontos do plano de Docas estão a manutenção dos empregos atuais, o veto à venda da VarigLog e a permanência do centro das operações da companhia no Estado do Rio de Janeiro.
O segundo plano já apresentado é o do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que representa as associações de funcionários da companhia. Levado ao Judiciário na última terça-feira, o projeto também prevê a manutenção dos empregos, a permanência do centro de operação da companhia no Estado do Rio de Janeiro e o veto à venda da VarigLog.
O economista Paulo Rabello de Castro, contratado pelas associações para elaborar o plano do TGV, explicou aos juízes na última terça-feira que haveria no curto prazo um aporte de US$ 200 milhões, fruto de um desconto de recebíveis.
O financiador da operação seria o banco português Efisa, que já estaria trabalhando para buscar um investidor americano ou asiático para aportar mais US$ 300 milhões por 20% do capital votante da Varig.
FONTE: Gazeta Mercantil – Redação – São Paulo/SP