Um avião da companhia egípcia de vôos charter Lotus Air está retido desde a quinta-feira passada no aeroporto de Roissy-Charles de Gaulle, em Paris, onde aterrissou com um buraco de 40 centímetros na fuselagem e um reator auxiliar incendiado, informou hoje o jornal “Le Parisien”. O comandante do Airbus A320, que se negou a redigir um relatório sobre o incidente considerado de gravidade pela Direção Geral de Aviação Civil, queria voltar a decolar em seguida com destino ao Egito, com outros turistas a bordo, diz o diário.
No vôo TAS 6043, fretado pela agência francesa de viagens Marmara e que havia saído do Cairo na quarta-feira à noite, viajavam 134 passageiros e cinco tripulantes. Os responsáveis pela segurança do aeroporto tiveram que intervir para que o avião fosse retido. Suas duas caixas-pretas estão sendo analisadas e os resultados devem ser divulgados neste fim de semana. “Teria havido um grave risco de acidente em vôo se o avião tivesse decolado”, disse ao jornal uma fonte.

No dia 3 deste mês, um Boeing da companhia egípcia de vôos charter Flash Airlines caiu no Mar Vermelho depois de decolar do balneário de Sharm el Sheikh, matando as 148 pessoas que estavam a bordo, em sua maioria turistas franceses.

Foi o pessoal de terra que viu sair fumaça de um reator traseiro do A320 da Lotus Air quando este aterrissou em Paris, com um forte cheiro de queimado, na quinta-feira passada de madrugada. O comandante do avião, alertado assim como os bombeiros, acionou imediatamente o extintor automático. Nenhum dos dois alarmes, sonoro e visual, que deveriam tê-lo avisado sobre o incidente havia se ativado, disse.

Além disso, foi descoberto um buraco de 40 centímetros na fuselagem, também na parte traseira do avião. Na pista de aterrissagem foram encontradas duas peças com cabos elétricos. Segundo o jornal, o A320 havia feito seu primeiro vôo em janeiro de 2001 e foi comprado em 2002 pela Lotus Air da Sabena.

Um especialista aéreo, que qualificou como sumamente sérias as deficiências observadas, disse que “no mínimo as inspeções não foram tão escrupulosas como deveriam ter sido” e advertiu que o comportamento do comandante, que queria voltar a decolar imediatamente, poderia ter tido “conseqüências dramáticas”.

Os turistas que viajariam ao Nilo no avião foram em outra aeronave, com dez horas de atraso. A Procuradoria está esperando o resultado das investigações dos gendarmes para decidir se abre ou não um processo judicial.

FONTE: EFE – Fernando Valduga – Porto Alegre/RS

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