Apesar desse número considerável de locais de pousos e decolagens de aeronaves, sabe-se que boa parte dos aeroportos tem contas deficitárias, agravadas muitas vezes pelas despesas de manutenção. Contribui para esse balanço em geral no vermelho, o fato de que a maioria dos hangares brasileiros construídos com estruturas e coberturas metálicas não são galvanizados – ao contrário de boa parte dos seus congêneres norte-americanos, europeus e asiáticos.

O emprego da galvanização por imersão a quente, como forma de proteção contra corrosão das estruturas e coberturas metálicas que conformam os hangares, daria uma durabilidade muito maior a elas e menores custos de manutenção. Como exemplo representativo dessa vantagem, pode-se citar o caso do hangar da United Airlines no aeroporto Logan, em Massachussets (EUA). Ali, a estrutura e a cobertura do hangar, utilizado para abrigar os Boeings 777 da United Airlines durante a manutenção, empregaram mais de 430 toneladas de aço galvanizado, em 2000. A previsão em projeto para realizar a primeira manutenção é para 2085, ou seja, 85 anos após a entrada em serviço da edificação.

A galvanização proporciona durabilidade e economia em manutenção, devido ao fato de que as estruturas e chapas de aço recebem a proteção por um processo industrial muito eficiente e que segue normas internacionais severas. Por esse sistema, o aço é protegido pelo revestimento de zinco por meio de dois mecanismos: proteção por barreira exercida pela camada de revestimento e proteção catódica, na qual o zinco é sacrificado para proteger o aço. O processo de galvanização por imersão a quente, também conhecido como galvanização a fogo, consiste na imersão de peças de aço ou de ferro fundido (de variados formatos, peso e complexidade) em um banho de zinco fundido, garantindo ao aço maior proteção contra a corrosão. Além disso, o aço galvanizado é compatível com diversos tipos de tintas. E, fundamentalmente, as construções de hangares e outras edificações que empregam estruturas, coberturas e demais elementos metálicos galvanizados têm sua vida útil ampliada em até cinco vezes. Devido a essas vantagens, é cada vez mais utilizado nas construções.

Assim, investir um pouco mais na qualidade e a durabilidade dos materiais empregados na construção de hangares é essencial para que o país ganhe equipamentos de manutenção e estacionamento de aeronaves sustentáveis, tanto ambiental quanto economicamente. O meio ambiente se beneficia dessa durabilidade por diminuir a necessidade de extração de recursos naturais e, também, por reduzir a necessidade de reparos e de troca desses materiais, restringindo ainda a geração de resíduos, com menor consumo de matérias-primas, obtidas de recursos naturais cada vez mais escassos.

Portanto, os gestores de aeroportos e aeródromos brasileiros devem começar a inserir em seus radares esse dados: com essa tecnologia, ganham em economia, preservando o meio ambiente e ajudando portanto o país, ao adicionar sustentabilidade à nossa infraestrutura aeroportuária.

O artigo técnico foi produzido por Ariane Souza, que é engenheira do Departamento de Desenvolvimento de Mercado da Votorantim Metais – Unidade de Negócios Zinco.

FONTE: Mandarim Comunicação – Larissa Haack – São Paulo/SP

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