Foto: Alexandre Barros

O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte tem tudo para conquistar uma fatia de mercado que hoje parece intocável, que é aumentar sua visibilidade de aeroporto com potencial de carga perante Campinas (Viracopos), São Paulo (Guarulhos) e Rio de Janeiro (Galeão), sendo visto também como um polo de distribuição e armazenagem de carga adotando um novo conceito chamado de Soluções e Logística Integrada.

A concessionária estima investir R$ 10 milhões com este novo conceito e aproveitar o potencial de transporte de mercadorias e produtos, além de ampliar a participação da logística de cargas no BH Airport. Desde que assumiu as operações, em agosto de 2014, já foram investidos R$ 14 milhões. O potencial é estimado em US$ 1 bilhão em exportações e US$ 2 bilhões em importações.

Segundo o diretor de Operações e Desenvolvimento de Negócios da BH Airport, Adrian Elkuch, “o conceito de Soluções e Logística Integrada é a nova linha de negócios, dentro da estratégia corporativa adotada pela BH Airport desde o início deste ano, que pretende oferecer serviços e preços adequados às necessidades de cada cliente, principalmente setores de cargas de alto valor agregado”.

Com uma área de 12 mil metros quadrados e 11 posições de parada de aeronaves, sendo que 300 metros quadrados são para armazenagem de carga perigosa além de ter câmaras refrigeradas com capacidade total de 3.350 m³, com temperaturas de -20°C a 25°C, o aeroporto tem uma capacidade total ainda do Terminal de Cargas Internacional de 35 mil ton/ano.

Hoje a carga aérea do terminal corresponde a 55% do volume e o que chega pelo rodoviário é de 45%, sendo que o marítimo também está incluído neste número.

Carga rodoviária que chega ou sai do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte

Para se ter uma ideia do potencial de crescimento, Peter Robbe, gestor de Soluções e Logística Integrada do Aeroporto, nos disse que “80% da carga mineira não passa pelo Aeroporto Internacional de Belo Horizonte” e nós, do Portal Aviação Brasil, vimos que há espaço para essa armazenagem e para trazer novos voos cargueiros para o aeroporto.

Adrian Elkuch – Diretor de Operações e Desenvolvimento de Negócios e Peter Robbe – Gestor de Soluções e Logística Integrada da BH Airport, dois dos responsáveis pelo crescimento e estratégia da concessionária

Muitas ações estão alinhadas com o Governo do Estado de Minas Gerais, e a questão tributária, como a redução do ICMS no combustível, será uma das novas empreitadas para atrair novos voos para o Aeroporto, inclusive cargueiros

Parte da equipe comercial da concessionária é composta por quatro profissionais dedicados a fomentar a vinda de novas empresas para uso do terminal de carga, e falamos não só de voos cargueiros, mas também do modal rodoviário/marítimo e empresas que desejam apenas utilizar o espaço para gerenciar o estoque com as cargas fracionadas, dentro do serviço de entreposto aduaneiro.

O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte é o primeiro no País a adotar este regime especial, que permite o armazenamento de mercadorias e produtos importados em local alfandegado credenciado pela Receita Federal. Durante o tempo de permanência no Terminal, estes produtos têm suspensão dos tributos e podem ser nacionalizados de forma fracionada, à medida da necessidade do cliente.

De acordo com Peter Robbe, o regime assegura vantagem competitiva às empresas. “A liberação das mercadorias de maneira fracionada permite ganhos com a gestão dos estoques, fluxo de caixa e com o armazenamento”, diz ele

Além disso, o novo conceito prevê também a integração com o modal marítimo, atraindo mercadorias e serviços que chegam aos portos do Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP), para posterior distribuição a partir de Belo Horizonte.

O que já foi realizado pela BH Airport:
• Nova configuração do Terminal de Cargas que incluiu a expansão das áreas de exportação e importação;
• Instalação de duas novas câmaras refrigeradas além das duas já existentes e que ampliaram a capacidade de armazenagem para 3.350 m³ (de -20°C a 25°C);

Câmara fria do armazém de cargas (-20ºC)

• Nova área dedicada à movimentação de cargas domésticas para as companhias aéreas, o que permite sinergia entre as operações internacionais e nacionais;
• Novas salas para operadores logísticos e despachantes, além de um prédio anexo exclusivo para sediar todos os órgãos anuentes;
• Duas novas portarias com rigoroso controle de acesso e segurança 24 horas para a movimentação de cargas internacionais e domésticas.

Sala destinada aos órgãos anuentes, que juntos, facilitam todo o processo de importação e exportação, com maior agilidade

O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte está na fase final de obtenção da certificação OEA (Operador Econômico Autorizado) pela Receita Federal, na modalidade segurança, que permite previsibilidade no fluxo do mercado internacional e consequente impulsão em investimentos na economia brasileira.

Até meados de 2020, está prevista ainda a obtenção do CEIV Pharma (Centre of Excellence for Independent Validators), concedido pela IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo). O Terminal de Cargas vai passar por auditorias e receber treinamentos técnicos, voltados à garantia de qualidade nos serviços oferecidos, o que poderá reduzir os custos logísticos para os clientes do segmento.

Em 2018, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte registrou crescimento de 10% no volume de cargas internacionais transportadas, em relação ao ano anterior, o que equivale a 11 mil toneladas de produtos dos setores eletrônicos, aeroespacial, automotivo, Ciências da Vida (Biotecnologia, farmacêutico e equipamentos médicos), mineração, ferroviário entre outros.

Entre os destaques do ano passado esteve a chegada do maior carregamento de vacinas do ano em uma aeronave Boeing 777 da Emirates, que transportou 36 contêineres refrigerados de produtos importados com aproximadamente 1,8 milhão de doses de vacinas contra meningite tipo C, ou o equivalente a 30 toneladas que após acordo com os órgãos anuentes foram liberadas no mesmo dia para o importador.

Carga considera também bagagens de voos regulares e não regulares
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