A Boeing, a Embraer e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciaram hoje que, juntos, financiarão uma análise de sustentabilidade para produção do biocombustível para jatos desenvolvido pela Amyris a partir da cana-de-açúcar brasileira. O estudo avaliará condições ambientais e mercadológicas associadas ao uso do combustível de fonte renovável para jatos produzido pela Amyris. O World Wildlife Fund (WWF) atuará como consultor independente.
“Novas tecnologias para produção de combustíveis de fonte renovável para jatos têm o potencial de reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa, como o etanol extraído da cana-de-açúcar já demonstrou no Brasil”, disse Arnaldo Vieira de Carvalho, líder da Iniciativa de Biocombustíveis Sustentáveis para Aviação do BID. “Este estudo avaliará o potencial da produção sustentável em larga escala de combustíveis alternativos para jatos a partir da cana-de-açúcar.” No mês passado, o BID anunciou uma cooperação regional para ajudar instituições públicas e privadas a desenvolverem uma indústria sustentável de biocombustíveis para jatos. O estudo da Amyris é o primeiro a ser financiado pela iniciativa.
O estudo será coordenado pelo ICONE, uma incubadora brasileira de pesquisas com vasta experiência na agricultura e análise de biocombustíveis, e supervisionado pelo WWF. Programado para ser concluído no início de 2012, o estudo fará uma completa análise do ciclo de vida das emissões associadas com o combustível de fonte renovável para jatos da Amyris, incluindo mudança do uso indireto da terra e seus efeitos. Além disso, o estudo realizará uma avaliação comparativa dos combustíveis derivados da cana-de-açúcar para jatos em relação aos padrões de sustentabilidade existentes, incluindo o Bonsucro, o Roundtable on Sustainable Biofuels e o Biofuel Scorecard do BID.
“A pesquisa em parceria para o uso da cana-de-açúcar em jatos é importante para diversificar as fontes de combustíveis para aviação e fortalecer a cooperação estabelecida entre os Estados Unidos e o Brasil na área de energia renovável”, disse o Vice-Presidente de Meio Ambiente e Política de Aviação da Boeing, Billy Glover. “Com a autorização do uso do biocombustível de aviação por empresas aéreas, o entendimento e a garantia da sustentabilidade das fontes de energia que podem abastecer as cadeias de suprimentos regionais são fatores críticos e o Brasil tem um forte papel a exercer. Este projeto também expande a colaboração existente entre a Amyris, o Governo do Estado de Queensland e a Boeing.”
“No mês passado, a ASTM International criou uma força-tarefa para estabelecer especificações de produto para combustíveis de fonte renovável para jatos a partir da cana-açúcar, como o que está sendo desenvolvido pela Amyris. Temos o compromisso não somente de atender às especificações técnicas definidas para o nosso combustível para jatos, mas também de garantir que nossos produtos sejam produzidos de forma sustentável”, disse John Melo, CEO da Amyris. “Nosso planeta não terá benefícios com um combustível que simplesmente substitua os atuais combustíveis fósseis. Este estudo nos ajudará a substituir os combustíveis fósseis com um combustível de fonte renovável para jatos que exceda os critérios técnicos e de sustentabilidade.”
“A participação neste importante estudo é mais um passo para a Embraer apoiar o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para a aviação”, disse Guilherme de Almeida Freire, Diretor de Estratégia e Tecnologia para o Meio Ambiente da Embraer. “O Brasil é uma rica fonte de biomassa e o desenvolvimento desta tecnologia, baseada na cana-de-açúcar, reforça a importância do crescimento sustentável da aviação para o país.”
“As mudanças climáticas estão ameaçando a biodiversidade e o hábitat de algumas espécies mais simbólicas do mundo”, disse Kevin Ogorzalek, Assessor de Programas do World Wildlife Fund. “O crescimento da produção de combustíveis de fonte renovável para jatos precisa ser feito de uma forma transparente e sustentável. Temos orgulho em contribuir com este estudo como parte de um crescente esforço internacional para reduzir as emissões de poluentes da aviação, que crescem aceleradamente, e proteger os recursos críticos dos quais todos nós dependemos.”