Segundo o estudo Pilot & Technician Outlook publicado recentemente pela empresa americana Boeing, a indústria mundial da aviação comercial precisará de 790 mil pilotos nos próximos 20 anos.

A alta demanda está relacionada ao aumento na frota de aviões comerciais, estimada em 40 mil novas aeronaves até 2037.

Na avaliação do professor Fernando Torquato Leite, coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da Unopar de Londrina, esse cenário representa uma oportunidade para novos pilotos, mas é preciso agregar diferenciais ao currículo para se destacar no mercado.

Para iniciar a carreira como piloto de avião, a pessoa precisa realizar cursos teóricos, exames teóricos e médicos, bancas e checks para cada habilitação desejada. O primeiro passo para se tornar um piloto é o curso de Piloto Privado, onde o piloto pode voar sem remuneração.

O segundo passo, é realizar o curso de Piloto Comercial, onde após realizar a banca da ANAC, as horas necessárias de voo e o voo de check, o piloto pode começar a ser remunerado. “A maioria de nossos alunos desejam ingressar nas companhias aéreas, e sempre frisamos que o aluno precisa se dedicar bastante para ser aprovado nas avaliações e acumular experiência suficiente para ingressar em uma companhia aérea”, explica Torquato.

De acordo com o professor, o número das horas de voo deixou de ser um dos principais requisitos exigidos para contratação de pilotos pelas grandes companhias aéreas. “Anos atrás, as companhias aéreas preferiam pilotos muito experientes, com cerca de 1500 horas de voo, hoje em dia isto mudou bastante.

Muitas pessoas são contratadas com uma experiência menor em voo, porém com conhecimentos teóricos específicos, como curso de jet training, proficiência em inglês (ICAO – específico para aviação) e a formação em Ciências Aeronáuticas. “O inglês é visto como a língua universal da aviação, então é imprescindível que o piloto seja fluente.

Já o diploma de nível superior, é um diferencial que destaca o profissional em processos seletivos, sendo muitas vezes o fator essencial para a contratação”, comenta Fernando.

Por fim, o professor destaca que o aumento previsto na frota de aviões, conforme estudo da Boeing, também impactará na necessidade de outros tipos de profissionais.

“Além da grande demanda de pilotos, o mercado da aviação precisará de aproximadamente 600 mil funcionários para manutenção técnica de aeronaves e ainda 800 mil tripulantes de cabine para atender todas as exigências regulatórias, entre outros aspectos”, finaliza

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