A Embraer divulgou seus resultados financeiros referentes ao segundo trimestre de 2010. A receita líquida atingiu R$ 2,44 bilhões e o lucro líquido foi de R$ 102 milhões. A geração de caixa proveniente das atividades operacionais foi um dos destaques do período e totalizou R$ 634 milhões, contribuindo para o crescimento da posição de caixa líquido para R$ 1,18 bilhão em 30 de junho. Vale lembrar que esta é a primeira demonstração financeira da Embraer apresentada segundo as normas IFRS (International Financial Reporting Standard), padrão contábil internacional atualmente adotado pela Empresa no Brasil.
A recuperação do mercado, que vem ocorrendo desde o início do ano, tem apresentado oportunidades para a Embraer, principalmente na aviação comercial, algumas delas resultando em novos negócios. Com isso, a Empresa revisou, segundo as normas contábeis US GAAP, as estimativas de receita anual (de US$ 5 bilhões para US$ 5,25 bilhões) e de margem operacional (de 6% para 6,5%) para 2010.
Ao longo do trimestre, a Embraer entregou 69 aviões, sendo 29 jatos para o mercado de aviação comercial e 40 para o de aviação executiva. No mesmo período do ano anterior, foram entregues um total de 56 aeronaves, sendo 35 comerciais, 19 executivas e duas para o mercado de defesa. O valor da carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) encerrou o segundo trimestre de 2010 com US$ 15,2 bilhões, o que é equivalente a 3 anos da receita anual atual projetada.
A queda da receita líquida em relação aos R$ 3,03 bilhões registrados no segundo trimestre de 2009 deve-se principalmente a dois fatores: a diversidade dos produtos entregados e a valorização de 18,3% da moeda brasileira em relação ao dólar norte-americano. O segmento de aviação comercial respondeu por 61% das receitas do segundo trimestre de 2010. A aviação executiva representou 14,4% e o segmento de defesa 13%.
A variação cambial sobre os ativos em dólar gerou a contabilização de uma despesa com impostos diferidos no 2T10, afetando o lucro líquido do período. No segundo trimestre de 2009, houve uma receita com impostos devido ao mesmo motivo. A forte geração de caixa das atividades operacionais mostrou o aumento da eficiência da atividade industrial. O caixa líquido subiu de R$ 791 milhões no 1T10 para R$ 1,18 bilhão no segundo trimestre de 2010, decorrente principalmente do resultado financeiro obtido no período e da melhoria de alguns processos operacionais, que resultaram na redução do estoque e no aumento das contas a pagar.
O endividamento total foi reduzido para R$ 2,74 bilhões, devido ao pagamento das dívidas de curto prazo com vencimento no período. Assim, o prazo médio da dívida se elevou de 5 para 5,8 anos. Tais números demonstram a saúde financeira da Empresa e os resultados provenientes dos programas de controle de qualidade e gestão empresarial.