Foto: Enos Moura Filho

 

Companhias aéreas globais pediram recentemente por um acordo patrocinado pela Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de evitar que divergências entre a China e a União Europeia (UE) sobre emissões do setor de aviação resultem em uma prejudicial guerra comercial.

O chamado feito pelo chefe da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) vem em meio a sinais de que a UE pode estar disposta a afrouxar uma posição unilateral, a qual também pode colocar em risco esforços para resolver a crise da dívida soberana da Europa com apoio chinês.

Em uma entrevista, o diretor geral da IATA, Tony Tyler, afirmou que as companhias aéreas ficaram no fogo cruzado entre leis domésticas conflitantes, após a China ordenar que as suas companhias aéreas não se unam ao sistema compulsório da UE para regular as emissões do setor aéreo.

“A ação dos chineses para prevenir que suas companhias aéreas escolham um lado no Esquema Comercial de Emissões é muito atrevido e força as transportadoras chinesas para a linha de frente dessa disputa específica”, afirmou Tyler à Reuters.

“Essa é uma situação intolerável que claramente precisa ser resolvida; isso não pode continuar assim. É claro que eu espero muito que nós não estejamos vendo o início de uma guerra comercial sobre essa questão e por fim conselhos mais sábios irão prevalecer”, disse.

A China era um oponente do esquema da UE, que também trouxe protestos dos Estados Unidos e da Índia, e as crescentes brigas ameaçam os esforços para desenvolver uma solução internacional para a crise da dívida soberana da Europa. Banindo suas companhias aéreas, na semana passada, de cooperar, a China endureceu sua postura pouco antes do encontro de 14 de fevereiro em Pequim, no qual a UE irá procurar ajuda chinesa para aliviar a sua crise da dívida. A UE afirma que a regulamentação de taxar companhias aéreas por emissões de voos entrando ou saindo da Europa, que começou a valer em 1o de janeiro, é necessária como parte da luta contra as mudanças climáticas globais.

A UE insiste que foi levada a agir depois de mais de uma década de inércia da agência de aviação das Nações Unidas, a Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO, na sigla em inglês), que ainda precisa encontrar uma solução global para enfrentar as emissões do setor aéreo. Tyler afirmou que as câmaras da ICAO constituem o único fórum para resolver a briga, e ele e outras autoridades da indústria aérea notaram que a UE indicou disposição para evitar mais isolamento.

“A Comissão Europeia está agora muito mais aberta para uma solução da ICAO”, afirmou. “Eu espero muito que a UE e todos os seus Estados-membros trabalhem ardualmente com a ICAO por uma solução global. Não será fácil.” Tyler falou na véspera do Cingapura Airshow.

 

Fonte:http://br.reuters.com