Desde o final de agosto já estão sendo aplicados os mínimos de separação reduzidos entre aeronaves que utilizam a mesma pista (RRSM) no Aeroporto Internacional de São Paulo – Guarulhos, uma iniciativa que faz parte do Projeto AGILE GRU. O procedimento pode ser aplicado entre uma aeronave que decola e uma aeronave que pousa subsequente, entre duas aeronaves que decolam na mesma pista ou entre duas aeronaves que pousam na mesma pista.

“O procedimento inovador e inédito no Brasil permite maior eficiência em operações, menor consumo de combustível e beneficia os passageiros, mas só é possível graças a uma atuação sinérgica de todos os elos da cadeia aeroportuária”, disse Ricardo Aparecido Miguel, presidente da Abesata (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo).

O executivo lembra que esse movimento começou anos atrás, em 2017, com um amplo esforço de todas as partes envolvidas para disseminar a cultura do processo de tomada de decisão colaborativa (ACDM, sigla em inglês para “Aeroporto – Tomada de Decisão Colaborativa”), em busca de um novo patamar de eficiência para a comunidade aeronáutica no continente sul-americano.

A aplicação dos chamados mínimos de separação reduzidos entre aeronaves que utilizam a mesma pista (RRSM) no Aeroporto Internacional representa, entre outros ganhos, menor consumo de combustível e emissões de CO2, operações mais suaves, ou seja, evitando manobras desnecessárias. Todos beneficiam diretamente também os passageiros com voos mais confortáveis e redução dos custos operacionais, que impactam diretamente no preço das passagens aéreas.

Para Marcos Abreu, especialista em sistemas A-CDM, ¨compartilhar livremente as informações, proteger conjuntamente a confidencialidade e ter confiança mútua, são novos conceitos cuja prática dependerá das mudanças da cultura operacional entre os diversos atores do Aeroporto Internacional de Guarulhos¨.

“Não podemos deixar de dizer que o Operador de Aeronaves é responsável pelo TOBT (Horário de Saída Alvo), mas isso, somente é possível com as informações precisas do operador de serviços em solo que estão melhor posicionados para saber o status do voo e o progresso do ¨turn around¨, aliado ao tempo de permanência no box da aeronave que se encontra no estacionamento, permitindo às empresas aéreas a melhor decisão para cada evento que antecede a decolagem no horário previsto”, resume Abreu.

Hoje, as empresas de ground handling no Brasil respondem por 95% das operações em solo, desde a limpeza de aeronaves, com foco na sua desinfecção, transporte terrestre e atendimento de passageiros, tripulantes, check-in, manuseio de carga, canal de inspeção – security – para embarque de passageiros, bagagens e cargas aéreas, entre outras modalidades.

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