Aviação Brasil – Estamos realizando nossa segunda entrevista, nesta novíssima e importante seção de nosso veículo de comunicação especializado. Temos a honra de conversar com Josue Meza, Diretor Geral da United Airlines para o Brasil.
Meza é Peruano, psicologo industrial formado pela Universidade Católica de Lima, e assumiu o cargo no Brasil em 2003 substituindo Laurence Hughes. Anteriormente respondia como diretor-geral da United Airlines no México.
Meza tem vários anos de experiência na aviação comercial tendo trabalhado em empresas como a Braniff International, Eastern Airlines e American Airlines. Entrou na United Airlines como diretor regional da empresa em Caracas, na Venezuela, em 1992. Ficou no cargo até 1995, quando se transferiu para o México.
Aviação Brasil – Como foi o ano de 2005 até o momento para a United Airlines?
Josue Meza: Excelente! Muito se deve a solidez da economia brasileira. A estabilidade financeira do Brasil fez com que as pessoas viajassem mais e utilizassem mais as viagens aéreas.
No período de férias, julho e agosto, nossos vôos do Brasil tiveram 90% de aproveitamento e nos outros meses 85%. Isto justificou inclusive a adoção de um segundo vôo diário para Washington D.C em 1º de novembro ultimo.
Aviação Brasil – A empresa esteve sob concordata até pouco tempo atrás. O que mudará na gestão da empresa após deixar o Chapter 11?
Josue Meza: Em fevereiro de 2006 a United Airlines deixará a Chapter 11. Nós não usamos o termo “concordata” porque no Brasil ele quer dizer que uma empresa encontra-se em caráter falimentar, o que não é nosso caso. No Chapter 11 nós temos o apoio dos credores e a missão de transformar a empresa para a realidade do mercado, tanto no segmento doméstico como no internacional, e isto sempre com qualidade.
Nós conseguimos uma redução de custos da ordem de US$ 7 milhões de dólares, além de adequar o quadro funcional para 53 mil empregados e nossa frota para 524 aeronaves. Além disso conseguimos ajustar os contratos de financiamento da empresa e temos a meta de transforma-la em melhor do mundo e não na maior! Obtivemos também um empréstimo de US$ 3 bilhões de dólares através da J.P.Morgan e do Citibank, para que consigamos atender a todas as fases de recuperação da empresa visando a melhoria continua dos nossos negócios.
Aviação Brasil – No Brasil a United Airlines opera no Rio de Janeiro e São Paulo para Washington D.C e Chicago. Como foi o desempenho dessas linhas em passageiros transportados comparados ao ano de 2004?
Josue Meza: A United obteve 2% de crescimento na rota para Chicago e 5% na rota para Washington D.C. Este crescimento na capital americana foi motivado pela grande facilidade de conexões com outros pontos nos Estados Unidos, Canadá, outras capitais européias e ao fluxo diplomático entre os países.
Aviação Brasil – O Load-Factor nessas linhas justificaria uma aeronave maior, com a volta do Boeing 777 por exemplo?
Josue Meza: Sim, faz sentido. Acontece que as aeronaves Boeing 777, para atender ao grande fluxo das linhas do pacífico, foram deslocadas e estão atendendo rotas na China e no Japão, devendo continuar por mais tempo nessas localidades. Mas não deixamos e não descartamos a adoção de uma aeronave como o Boeing 777 nas linhas brasileiras para um futuro próximo.
Aviação Brasil – Qual o diferencial competitivo da United Airlines para o passageiro brasileiro?
Josue Meza: Serviço com qualidade! Nosso principal diferencial cobre todas as etapas do atendimento ao passageiro, desde o telefonema para a reserva, passando pela loja, emissão, atendimento no aeroporto, check-in, recepção e atendimento a bordo, e isto envolve também nossos agentes de viagens e distribuidores. Possuímos em São Paulo e Rio de Janeiro 234 funcionários e é o próprio passageiro United que nos reporta esta qualidade. Não podemos esquecer ainda nosso programa de milhagem, Mileage Plus, e ao marketing “boca-a-boca” que nossos clientes realizam.
Aviação Brasil – Além do Rio e São Paulo, existe alguma potencial cidade brasileira que poderia receber os vôos da United Airlines?
Josue Meza: Não há planos imediatos para atender outros pontos no Brasil. O próprio acordo da Star Alliance, com a Varig, nos permite chegar, através de conexões, a outras cidades do país. Nos Estados Unidos atendemos duas das cinco cidades que fazem parte de nosso hub (Chicago, Washington, San Francisco, Los Angeles e Denver). Acredito que a demanda poderia melhorar se fosse retirada a obrigatoriedade de vistos entre os países.
Aviação Brasil – Finalizando, quanto corresponde o Brasil pelo movimento da América Latina da United Airlines e qual o planejamento da empresa para 2006?
Josue Meza: O Brasil corresponde hoje a 50% do movimento da América Latina. Acabamos de adicionar mais um vôo diário e em 2006 nosso planejamento visa atender e crescer nas praias mexicanas e também com nossa empresa “TED”, de baixo custo. Na América do Sul estudamos para 2006/2007 atender as cidades de Lima e ou Santiago do Chile.
Aviação Brasil – Obrigado Meza pela gentileza da entrevista e sucesso a você e a United Airlines em 2006.
Josue Meza: Agradeço a oportunidade e parabenizo-os pelo trabalho no Aviação Brasil.
FONTE: Aviação Brasil – Alexandre Barros – São Paulo/SP