A Deutsche Lufthansa AG registrou faturamento de 6,6 bilhões de euros no primeiro trimestre de 2012, 5,6% a mais do que no mesmo trimestre do ano anterior. O aumento se deve principalmente às receitas de tráfego maiores, obtidas na área de negócios passageiros por meio de maior volume de vendas e aumentos de preço. O aumento dos custos de combustível, o imposto sobre o tráfego aéreo na Alemanha e na Áustria assim como os custos válidos para o comércio de emissões na Alemanha desde janeiro de 2012, porém, tiveram impacto negativo sobre o resultado operacional do grupo. No final do primeiro trimestre, ele foi de menos 381 milhões de euros, uma diminuição de 212 milhões de euros em relação ao resultado do trimestre do ano anterior. O resultado do grupo ficou em menos 397 milhões de euros.
A melhora de 110 milhões de euros deve-se principalmente às variações do valor temporal das opções de garantia. O fluxo de caixa operacional aumentou para 833 milhões de euros, permitindo chegar a um fluxo de caixa livre no valor de 540 milhões de euros.
Christoph Franz, presidente da Deutsche Lufthansa AG, disse que o “resultado trimestral foi massivamente prejudicado por impostos e taxas mais altas, ficando bem aquém do ano anterior, apesar do faturamento recorde. Não podemos esperar até que a política também reconheça o quanto impostos e recolhimentos que distorcem a concorrência prejudicam o tráfego aéreo e a Europa como base econômica. Reagimos a esses encargos adicionais por meio do nosso programa SCORE a fim de garantirmos a posição da Lufthansa como número um na Europa e de nos mantermos na concorrência global a longo prazo.”
SCORE garante futuro da Lufthansa
O grupo quer melhorar o resultado operacional de 2011 em no mínimo 1,5 bilhão de euros até o final de 2014 por meio do programa SCORE, inaugurado no início de 2012. Entre as medidas consta o fortalecimento da colaboração entre Lufthansa e Germanwings que, depois da harmonização dos programas de milhas e das reservas, agora também fazem conjuntamente o planejamento da capacidade para o tráfego descentralizado a partir de Dusseldorf, Berlim, Hamburgo, Stuttgart e Colônia. Entre Austrian Airlines e Germanwings também existe um acordo codeshare desde março de 2012.
Além disso, a Lufthansa pretende, só nesse ano em curso, economizar 200 milhões de euros de forma sustentável por meio de um projeto de compras de alcance global para o grupo. A otimização do tráfego vizinho entre as empresas aéreas do grupo também deverá resultar numa economia no valor de milhões de euros de dois dígitos. Além disso, está prevista uma redução de custos de 25% nas áreas administrativas. Um terço do volume total do SCORE deverá ser obtido pela redução dos custos de pessoal, o que deverá ser realizado por meio da fusão de funções duplas e da suspensão de atividades que não agregam valor para o cliente, assim como pela terceirização de atividades para unidades de serviços compartilhados. Devido a essas medidas, nos próximos anos provavelmente serão eliminadas 3.500 vagas de trabalho integrais nas áreas administrativas em todo o mundo.
Christoph Franz acentua: “Somente se reestruturarmos agora as funções administrativas e levarmos em conta uma redução de empregos, poderemos manter vagas de trabalho no longo prazo e criar novas vagas.” O objetivo será dar preferência a medidas de ordem social na redução de empregos.
Lufthansa Passage contribui com mais de 900 milhões de euros para o SCORE
Em relação à área de negócios Grupo Passage Airline, Franz afirmou: “O crescimento nos negócios com passageiros foi e é necessário para a manutenção da posição do grupo Lufthansa no mercado. Que num próximo passo tenhamos que reduzir a complexidade surgida no grupo em decorrência do crescimento é uma consequência lógica e previsível.”
Sendo a maior empresa individual do grupo, a Lufthansa Passage contribui com mais de 900 milhões de euros para o programa SCORE, dos quais 600 milhões são custos e 300 milhões de euros são receitas. Isto deverá ser realizado, entre outros, pela suspensão de rotas que dão prejuízo e pelo crescimento restritivo da capacidade, que prevê crescimento nenhum para 2012 e de no máximo 4% para cada um dos anos de 2013 e 2014. Consequentemente, a frota da empresa não deverá aumentar até 2014, e aviões mais velhos serão substituídos por outros mais novos. Dessa forma, até 2020 a Lufthansa Passage deverá operar apenas quatro famílias diferentes de frotas no tráfego continental. “Vamos fazer mudanças onde não fará diferença ou onde até seja uma vantagem para o cliente”, diz Franz. A empresa aumentou o faturamento da First e Business Class nas rotas de longa distância de 53,6% no mesmo período do ano anterior para 54,9% no primeiro trimestre de 2012. A Lufthansa também continuará sendo, de longe, a empresa aérea com maior número de assentos First Class na Europa. Nunca antes na história da empresa a Lufthansa investiu tanto em seu produto, diz Franz. Atualmente, todos os aviões Lufthansa estão sendo equipados com novos assentos, os voos de longa distância oferecem novas classes First, Business e Economy, nunca houve maior número de lounges Lufthansa, e também o novo aeroporto em Berlim assim como os novos terminais nos aeroportos de Frankfurt e Munique trouxeram vantagens aos passageiros Lufthansa.
No primeiro trimestre de 2012, a Lufthansa Passage, inclusive Germanwings, registrou prejuízo operacional no valor de 384 milhões de euros. A área total de negócios Grupo Passage Airline registrou um prejuízo de 445 milhões de euros neste período. A SWISS contribuiu com um prejuízo operacional de 6 milhões de euros para este resultado, a Austrian Airlines registrou um prejuízo operacional de 67 milhões de euros. A empresa determinou um programa de trabalho que deverá economizar no mínimo 220 milhões de euros, entre outros por meio da redução dos custos de pessoal. Neste sentido, a Lufthansa decidiu há poucos dias a transferência das operações de voo da Austrian Airlines para a Tyrolean Airways, a entrar em vigor em 1º de julho de 2012, depois de uma solução acordada para a reestruturação das operações de voo não ter sido bem sucedida.
Áreas de negócios de prestação de serviços têm efeito estabilizador sobre resultado operacional do grupo
A Lufthansa Cargo registrou um lucro operacional no valor de 19 milhões de euros no final do primeiro trimestre de 2012. A diminuição de 45 milhões de euros em comparação ao forte trimestre do ano anterior é resultante do forte aumento dos preços de combustível. Juntas, as empresas prestadoras de serviços também registraram um lucro operacional no primeiro trimestre de 2012, no valor de 60 milhões de euros. Este se compõe do lucro operacional de 62 milhões de euros da Lufthansa Technik, lucro operacional de três milhões de euros da Lufthansa Systems e do prejuízo operacional da LSG SkyChefs de cinco milhões de euros.
Grupo espera lucro operacional no valor médio de milhões de euros de três dígitos para o ano de 2012
O grupo continua prevendo crescimento do faturamento para o ano inteiro de 2012 em comparação ao ano anterior. O lucro operacional esperado está na casa do valor médio de milhões de euros de três dígitos. Depois de um difícil começo, as previsões atuais para o resto do ano confirmam a continuidade da pressão dos custos, principalmente do combustível. As inseguranças conjunturais existentes levam a um prognóstico difícil do desenvolvimento da demanda. De forma geral, porém, as premissas melhoraram e permitem às empresas aéreas uma gestão ativa de preços e receitas, acompanhada pela gestão disciplinada da capacidade. Tanto uma como a outra marcarão a evolução do resultado do exercício de 2012, assim como o sucesso das medidas de redução de custos. Mais uma vez espera-se das empresas prestadoras de serviços um efeito estabilizador sobre a evolução do resultado. Eventuais custos de reestruturação em relação à redução de empregos de acordo com o SCORE não estão contidos nessa previsão de resultados e podem vir a ter efeito negativo sobre o resultado do exercício em curso. Eles serão concretizados conforme o progresso do pacote de medidas.
O primeiro trimestre de 2012 em números
O faturamento do grupo Lufthansa no primeiro trimestre de 2012 foi de 6,6 bilhões de euros, 5,6% a mais do que no ano anterior. As receitas do tráfego aumentaram 5,6%, para 5,3 bilhões de euros. Ao todo, os rendimentos empresariais do grupo aumentaram para 7,2 bilhões de euros no período analisado, um aumento de 2,5%.
Os custos empresariais aumentaram 6,1% no primeiro trimestre, chegando a 7,6 bilhões de euros. Um fator importante para tal foram os custos totais de combustível de 1,6 bilhão de euros, 304 milhões de euros maiores, o que corresponde a um aumento de 23%. Este valor já contém o resultado positivo da garantia de preços no valor de 114 milhões de euros. As taxas ficaram 4,9% acima do valor do ano anterior. No primeiro trimestre, o grupo Lufthansa obteve um resultado operacional de menos 381 milhões de euros, uma diminuição de 212 milhões de euros em comparação ao ano anterior. O resultado do grupo é de menos 397 milhões de euros. No ano anterior, o mesmo foi de menos 507 milhões de euros, essencialmente devido a um efeito de avaliação negativo, resultante das variações dos valores temporais dos hedges oriundos do IAS 39. O resultado do grupo contém, ainda, o resultado da desistência da área de negócios bmi no valor de dois milhões de euros. Consequentemente, o resultado por ação é de menos 0,87 euros. No período analisado, a Lufthansa investiu 592 milhões de euros. Destes, 527 milhões de euros foram destinados à ampliação e modernização da frota. O fluxo de caixa operacional foi de 833 milhões de euros, o fluxo de caixa livre (fluxo de caixa operacional menos investimentos líquidos) de 540 milhões de euros. No final do primeiro trimestre, o grupo registrou um endividamento de crédito líquido de 2,1 bilhões de euros. A quota de capital próprio foi de 26,3%.