A cúpula da aviação brasileira se reuniu ontem, no escritório da Presidência da República, em São Paulo, para a assinatura da autorização de construção do primeiro aeroporto privado do País a operar voos da aviação geral (pousos e decolagens de jatos executivos e companhias de taxi aéreo).
O ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, deu o sinal verde para o projeto da Harpia Logística – controlado pelos empresários Fernando Augusto Botelho e André Skaf – localizado no extremo sul de São Paulo, no bairro de Parelheiros. A menos de 25 quilômetros do centro de negócios da capital paulista, o aeródromo ficará na última área disponível para uma obra como esta e deve iniciar as operações até o fim de 2014.
O projeto tem investimento previsto de aproximadamente R$ 1 bilhão nos próximos anos, e vai atender a uma crescente demanda da aviação executiva. “O aeródromo nasce para ser uma solução de infraestrutura para São Paulo, atendendo à crescente demanda da segunda maior frota de aviação executiva do mundo”, afirma Skaf.
O novo aeródromo terá área de aproximadamente quatro milhões de metros quadrados, pista de 1.830 metros – extensão superior à de Congonhas ou Santos Dumont –, e poderá receber até 156 mil pousos e decolagens por ano. Para o projeto, serão criados 33 lotes destinados à implantação de hangares, com 491 mil metros quadrados de área. Haverá, ainda, ampla infraestrutura para receber voos internacionais (os empreendedores estão consultando os órgãos responsáveis para autorizar a operação internacional, entre eles a Receita Federal, Polícia Federal e Anvisa), heliponto, torre de controle, terminal de passageiros, forte esquema de segurança e centro comercial.
Entre as características do negócio, segundo o sócio Fernando Augusto Botelho, o empreendimento nasce também com uma vocação social importante: “Parelheiros é a região com o menor IDH do município de São Paulo. A chegada do aeroporto desenvolverá a área e gerará entre cinco e nove mil empregos diretos e indiretos. Nossa intenção é aproveitar ao máximo a mão de obra local, formando trabalhadores que possam atuar na segurança, controle de voo, manutenção, entre outros”.
O aeródromo é o primeiro do País a entrar no decreto – assinado em dezembro de 2012 pela presidente Dilma Rousseff – que autoriza a exploração comercial de aeródromos privados voltados à aviação geral. Até então, os aeroportos tinham operações limitadas sem poder receber voos que não fossem de seus donos nem podiam cobrar tarifas.