O grupo da Singapore Airlines obteve um lucro líquido atribuível aos detentores de capital de US$ 883 milhões para o ano financeiro 2010-2011, finalizado em 31de março de 2011. Esse resultado representa um aumento de US$ 708 milhões sobre o lucro de US$ 174 milhões obtido no ano financeiro anterior, quando o grupo foi prejudicado pela crise financeira global. O resultado do ano financeiro 2010-2011 incluiu um item excepcional de US$ 163 milhões relacionado à provisão para multas aplicadas à SIA Cargo [ver nota 2, abaixo].
A receita do grupo cresceu em US$ 1,469 bilhão (+14%), chegando a US$ 11,745 bilhões, devido ao fato de que o nível de carregamento e rendimentos voltou a crescer em comparação aos baixos volumes do período anterior. Esse crescimento de receita foi obtido em um ano repleto de incidentes naturais, como a erupção de vulcão e as nevascas na Europa, problemas climáticos nos EUA, enchentes na Austrália e os terremotos na Nova Zelândia e Japão.
Em relação aos custos, o Grupo teve um aumento de gastos da ordem de US$ 492 milhões (+5%), atingindo US$ 10,718 bilhões. Os gastos com combustíveis, excluindo despesas com hedge – o maior item de despesa do Grupo –, aumentaram US$ 709 milhões (+24%). Em média, o preço do combustível para aeronaves cresceu 26% nesse ano financeiro. Esse efeito foi um pouco compensado pela pequena perda no hedge do combustível (US$ 50 milhões ante US$ 451 milhões).
Como conseqüência, o lucro operacional do grupo teve uma melhora de US$ 50 milhões no último ano financeiro, alcançando US$ 1,027 bilhão no período.
A receita do Grupo, de US$ 2,9 bilhões, cresceu 8% (+US$ 202,9 milhões) em comparação ao mesmo período do ano financeiro anterior, apoiada pela contínua recuperação dos rendimentos.
No entanto, isso foi superado pelo aumento de 11% (+US$ 263,62 milhões) nos gastos do Grupo, principalmente devido à alta de 34% no preço do combustível (+US$ 242,6 milhões). Isso foi parcialmente compensado pelo lucro com hedge de US$ 30,78 milhões (contra perdas de headge de US$ 15,39 milhões).
O resultado foi que o lucro operacional do Grupo caiu US$ 60,75 milhões (-31%) em relação ao mesmo perído do ano financeiro interior, atingindo US$ 134,46 milhões.
O Conselho Diretor recomenda um dividendo final de US$ 0,32centavos por ação (isento de impostos, faixa um) a ser pago aos acionistas no dia 18 de agosto de 2011, com base no montante de 4 de agosto de 2011.
Depois de avaliar o desempenho financeiro e a adequação do capital de longo prazo da Companhia, a diretoria recomenda um dividendo especial de US$ 0,648 centavos por ação (isento de impostos, faixa um). A distribuição proposta será paga no dia 18 de agosto de 2011 aos acionistas, com base no montante de 4 de agosto de 2011. Incluindo o dividendo interino de 20 centavos por ação pago no dia 8 de dezembro de 2010 e a proposta final de dividendo de 40 centavos por ação a ser pago no dia 18 de agosto de 2011, o dividendo total para o ano financeiro 2010-11 será de US$ 1,134 por ação.
Entre o período de janeiro e março de 2011, a Singapore Airlines tirou de operação uma aeronave B747-400. Desde 31 de março de 2011, a frota operante da companhia consiste em: 108 aeronaves para passageiros, sete B747-400s, sessenta e seis B777s, dezenove A330-300s, onze A380-800s e cinco A340-500s – com uma idade média de 6 anos e 3 meses de uso.
Um novo serviço com freqüência de três vezes por semana, que liga São Paulo a Cingapura, com escala em Barcelona, foi lançado no dia 28 de março de 2011, marcando o primeiro vôo da Singapore Airlines na América do Sul. As frequências de voos para destinos populares, como Hong Kong, Guangzhou, Taipei e Male, aumentaram desde o início do verão no Hemisfério Norte. Em contrapartida, a operação que conecta Cingapura a Los Angeles foi reduzida de sete para cinco voos semanais.
No próximo período, que termina em março de 2012, a empresa espera receber oito A380-800 e retirar da frota cinco B777 e todos os sete B747-400. Com essas mudanças, a frota passará a contar com 104 aeronaves. A redução no tamanho da frota será compensada pelo aumento do nível de eficiência dos aviões, medido pela relação poltronas disponíveis/ quilometro rodado.
Em seis de abril de 2011, a SIA Engineering Company e a Panasonic Avionics Coporation formaram uma joint-venture em Cingapura, a Panasonic Avionics Services Singapore. A SIA Engineering Company investiu um capital de US$ 2,125 milhões, o que equivale a uma participação de 42,5%.
Em 15 de abril de 2011, Singapore Airlines e a SikAir anunciaram um aumento da sobretaxa de combustível nos bilhetes emitidos em ou depois de 21 de abril de 2011. Esses ajustes irão permitir um alívio parcial para os elevados custos gerados pelo recente aumento no preço do combustível.
Em 25 de abril de 2011, a SIA Cargo investiu US$ 51,350 milhões na China Cargo Airlines Ltd (CK), para obter 16% das ações dessa nova empresa. Os ativos e passivos da Great Wall Airlines (GWL) serão comprados pela CK, e a GWL será liquidada. As receitas dessa operação irão para os acionistas da GWL.
O próximo ano será desafiador para o setor aéreo. As incertezas da economia global podem ser comprovadas pela recente queda no rating da dívida americana de estável para negativa, pela Standard e Poor. Além disso, os temores de outras crises nos países europeus e as incertezas da repercussão do acidente nuclear no Japão tornam o mercado mais apreensivo e levam a uma diminuição na reserva de bilhetes e uso de container de cargas.
O preço médio do combustível teve um aumento de mais de 25% ente janeiro de 2011 e abril de 2011, para US$ 140 por barril, nível mais elevado desde a última alta em julho de 2008, quando os preços chegaram a US$ 174 por barril. Apesar da pausa na expansão dos preços da semana passada, o custo de combustíveis para aeronaves tende e continuar alto e volátil nestes próximos meses.
O desafio causado pela alta do combustível e menor uso de container de cargas irão ter um impacto adverso no desempenho das operações de companhias aéreas. Apesar das adversidades, a Singapore Airlines ainda manterá o seu comprometimento em manter uma operação enxuta e competitiva, com uma administração rígida nos seus custos e monitoramento dos padrões da demanda para efetuar os ajustes que sejam necessários.