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VARIG – Viação Aérea RioGrandense (Brasil)

Otto Ernst Meyer-Labastille, o fundador da Varig, embarcou para o Brasil em 27 de janeiro de 1921, desembarcando em Recife. Em 1922 se fixou no Rio de Janeiro e em 13 de janeiro de 1923 se mudou para Porto Alegre, onde se desfez de uma empresa de comissões e consignações em 1925. Neste momento, Otto Meyer já planejava a organização de uma empresa aérea e antes mesmo de fundá-la, deu o nome de Empresa de Viação Aérea Rio Grandense.

Em 6 de outubro de 1926 Meyer deu entrada, no Palácio do Governo, a um pedido de isenção de imposto estadual para a sua empresa, pelo prazo de 15 anos, que teve o apoio do governador Antônio Borges de Medeiros. Em 30 de outubro a solicitação foi concedida. Agora era conseguir as aeronaves. Com este propósito, em 12 de outubro, Otto Meyer embarcou de volta a sua pátria, a Alemanha. Em Hamburgo, na Alemanha, Meyer decidiu que Condor Syndikat participaria na Varig com 21% das ações, sendo elas pagas com aviões e a assistência técnica para sua manutenção.

Em 27 de janeiro de 1927, Meyer embarcou no avião Atlântico, com destino a Porto Alegre. Embora não formalizado, a aeronave já pertencia a Varig e com ela faria sua primeira linha, em 22 de fevereiro daquele ano, ligando Porto Alegre a Rio Grande, com escala em Pelotas, em 2h20min de voo.

Contudo, somente em 7 de maio de 1927 a Varig foi oficialmente registrada e a autorização do governo para voos nas costas de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e extensão até Montevidéu ocorreu em 10 de junho. O Atlântico possuía matrícula P-BAAA que passou a PP-CAA, com a mudança da forma da matrícula brasileira.

Em 13 de julho de 1927 a Varig retirou o Atlântico para manutenção e arrendou um Junkers G-24 (PP-CAB) para operação. Em 6 de fevereiro de 1928 uma aeronave Dornier Merkur foi registrada para operação. Neste ano o Syndicato Condor propôs a fusão com a Varig, sem êxito.

Em 16 de novembro de 1929 a Varig comprou 2 Klemm L-25, mas uma das aeronaves caiu e a Varig recebeu somente um avião.

Em 1930, o Syndicato retirou-se da Varig comprando as aeronaves Atlântico e o Dornier Merkur com as ações que tinha. Em janeiro de 1931 a Varig arrendou novamente o Merkur e comprou 1 Morane Saulnier MS-130, 1 Nieuport-Delage 641 e 1 Junkers A-50, que dois meses após recebe-lo, caiu. Para continuar existindo, o governo do Rio Grande do Sul comprou 2 Junkers F-13 diretamente da Alemanha. A Varig os comprou do governo em 1932 e ainda mais 2 Junkers F-50. Em 1936 viria a ser a primeira companhia aérea brasileira a operar um voo diário, Porto Alegre – Pelotas, com 8 frequências semanais. Ainda em 1936 a empresa adquiriu 1 Messerchmitt M-108B Taifun e em 30 de abril de 1937 recebeu um Messerchmitt M-20B para 10 passageiros. Em maio de 1938 comprou da South African um Junkers JU-52-3M, para 17 passageiros, o PP-VAL. Esta aeronave fazia um voo aos feriados entre Porto Alegre e Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul.

Em 1941 arrendou do Syndicato Condor 2 Focke-Wulf FW-58 e em 1942 1 Fiat G-2, que veio a substituir o Junker 52 que caiu em 1942. Com o Fiat G-2, em 5/8/1942, a empresa realizava sua primeira linha internacional, para Montevideo. Em 18/8/1942 a empresa colocara em serviço 1 De Havilland 89-A Dragon Rapide, aeronave inglesa para 8 passageiros. Em 1941, com os rumos da II Guerra Mundial, Otto Meyer, alemão, decidiu, para o bem e futuro da companhia, passar o posto de presidente da empresa a Ruben Berta, que foi eleito pela assembleia dos acionistas. Em 1942 a Varig tinha 7 aeronaves e só voava no Rio Grande do Sul, enquanto o Syndicato Condor tinha 28 aeronaves, a Panair 20 aeronaves e a Vasp 5 aeronaves. Em 5 de agosto de 1942, o De Havilland 89A, PP-VAN, realizou o primeiro voo internacional da Varig, ligando Porto Alegre a Montevidéu. 

Com a situação de falta de peças de reposição para aeronaves europeias, devido a II Guerra Mundial, a Varig partiu para comprar aeronaves americanas, e decidiu trazer 8 Lockeheed 10 Electra em 1943..Outras aeronaves, excedentes da guerra, chegaram a Varig a partir de 1946, como os Douglas DC3/C-47 e em 1947 os Curtiss C-46 e o Nooruyn Norseman VJ.

Em 1951, partindo de Porto Alegre, a empresa atendia outras 14 cidades no Rio Grande do Sul, 6 em Santa Catarina, 6 no Paraná, e também chegava em São Paulo, Rio de Janeiro e Montevidéu. Em maio de 1952 a Varig comprou a Aero Geral, que voava aeronaves C-46 e DC-3 em voos que partiam d Rio de Janeiro a Natal, pousando em Vitória, Salvador, Aracaju, Penedo, Maceió, Recife e João Pessoa,.

Em 1953, com a concessão da Cruzeiro do Sul cancelada para voar aos Estados Unidos, a Varig inaugurava em 2 de agosto de 1955  a rota Rio de Janeiro – Belém – Port of Spain – Ciudad Trujilo – New York, com o Lockeheed 1049 Super Constellation 1049G, ao qual comprou 3 aeronaves para operar a rota. Em setembro de 1957 a Varig encomendou os 3 primeiros Boeing 707. Em outubro de 1957 a Varig encomendou 2 Caravelle, que chegaram antes dos 707. Em 6/ de julho de 1959 começou a operar na Ponte Aérea Rio-São Paulo, com um Convair 240, seguidos pelo Avro e o Electra II. Em 12 de dezembro de 1959, com o Caravelle, a Varig realizou o primeiro voo a jato comercial, para New York, que partia de Porto Alegre com escalas em São Paulo, Rio de Janeiro, Port of Spain e Nassau.

Em 20 de janeiro de 1960 a Varig incluiu a escala em Brasília para o voo de New York. Dos cinco voos semanais, três eram realizados com o Lockheed Super Constelation. Em junho de 1960 chegavam os 2 primeiros Boeing 707-441, que no dia 28 de junho de 1960 realizou sem escalas o voo Rio de Janeiro – New York. No dia 2 de julho a escala em Brasília foi incluída na operação. Em 1961, com a compra da Real pela Varig, a empresa ganhou as linhas de Chicago, Los Angeles, Bogotá, Cidade do México, Honolulu e Tóquio, antes operadas pela Real. Em 18 de novembro daquele ano a empresa passou a operar com o Boeing 707 na rota Rio de Janeiro – Lima – Bogotá – México – Los Angeles. Em março de 1963 a Varig incorporou o Convair CV-990A-30, que tinha sido encomendado originalmente pela Real. Em 10 de fevereiro de 1965, com a cassação dos direitos de voar da Panair do Brasil, a Varig passou a operar com exclusividade todas as linhas internacionais. Em 1 de novembro de 1966 iniciou voos para Zurich e em 15 de abril de 1968 os voos para Copenhagen. Em 1967 a Varig operou os Handley Siddley HS 748 – Avro.

Em 1970 a Varig recebeu 4 Fairchild FH-227 da Paraense e operou-os na Ponte Aérea Rio – São Paulo. Em 21 de junho de 1970 a Varig iniciava o voo Rio de Janeio – Luanda – Johannesburg. No mês de outubro de 1970, a Varig começava a operar o Boeing 727-100. Em 1971 a Varig possuia uma frota de 16 Boeing 707 e um Douglas DC-8, ex Panair, para realizar os voos internacionais. Em junho de 1974 a Varig começou a operar o Douglas DC-10-30, que foi inicialmente empregado nas rotas da Europa, em 24 de junho de 1974 e para New York, em 1 de julho de 1974.. Em novembro de 1974 a Varig começava a operar o Boeing 737-200. Em 1 de março de 1975 o governo federal determinou que todos os aviões bimotores fossem retirados da Ponte Aérea RJ-SP, excluindo os Dart Herald, Boeing 737 e BAC-1-11. Como esses dois últimos, por questões operacionais, não poderiam operar no Santos Dumont, os Electra II da Varig começaram a operar com exclusividade na rota. Em 22 de maio de 1975, a Varig assumiu o controle acionário da Cruzeiro do Sul, que estava com enormes dificuldades financeiras. Em dezembro de 1976, para reforçar sua frota de Electra II, a companhia comprou outras duas aeronaves da Aerocondor, da Colômbia, elevando para 12 sua frota de Lockheed. Em 26 de junho de 1977 a empresa abria uma nova rota para a África, Lagos, na Nigéria. Em 25 de abril de 1979 o Ministério da Aeronáutica autorizava a Varig a comprar 4 Airbus A300B4 e 6 Douglas DC-10-30. No mês de setembro, os Boeing 707, prefixos PP-VJA e PP-VJJ, foram vendidos para a Iraqi Airways. Em novembro, a Varig anunciou a compra de outros 5 DC-10-30 com uma opção de compra.

Em 5 de junho de 1980 a Varig determinou que parte de sua frota de Boeing 707 seria convertida em cargueira. Em 5 de agosto de 1980 informou ao mercado que passaria a explorar a rota Rio de Janeiro – Luanda, com um voo semanal, em parceria com a TAAG. No último dia de dezembro, de 1980, a companhia anunciou a aquisição de 3 Boeing 747-200 Combi. Duas aeronaves chegaram em fevereiro de 1981 e a terceira em março daquele ano. Os Boeing 747-200 passaram a operar principalmente na rota Rio de Janeiro – New York, tendo a aeronave PP-VNA, realizado o primeiro voo em 12 de fevereiro para New York. Em 15 de junho de 1981 a empresa recebeu seu primeiro Airbus A300B4, o PP-VND. Esta aeronave entraria em operação em 1 agosto na rota Porto Alegre – São Paulo – Rio de Janeiro – Recife – Natal – Fortaleza. Em 4 de julho de 1982 a Varig inaugura um voo semanal entre o Rio de Janeiro e Maputo, no Moçambique.

Em junho de 1984 a Varig passou a operar a rota Recife – Juazeiro do Norte – Petrolina – Brasília. Com a entrada dos jatos na aviação comercial brasileira, várias cidades perderam seus voos, pois as pistas não comportavam as novas aeronaves. Juazeiro do Norte e Petrolina tiveram suas pistas reformadas para comportar a nova operação. Em 1984 vendeu quatro de seus Boeing 707 a Força Aérea Brasileira e encomendou, em 18 de dezembro, 2 Boeing 747-300, que seriam entregues em dezembro de 1985. O PP-VNH chegou ao Rio de Janeiro em 12 de dezembro e o PP-VNI em 20 de dezembro. Em 1986 chegavam mais 2 Electra II.

Em 1987 a Varig passava a operar o Boeing 737-300 e o Boeing 767-200. Um Boeing 707 se acidentou em Abidjan, na Costa do Marfim, em 2 de janeiro, e outros 3 foram comprados pela FAB. Neste ano encomendou mais 6 Boeing 767-200ER e 6 MD-11, tendo transportado 5.559.279 passageiros e abrindo uma nova rota internacional com destino Barcelona, na Espanha.

Em 1988 vendeu 2 Boeing 707 para a Equator Ltd, recebeu os 767-200ER encomendados em 1987 devolvendo os outros 2 B767 à Boeing e passou a operar quatro Boeing 737-300. O reforço da frota levou a companhia a transportar 4.164.569 passageiros no ano.

Em 1989 chegaram mais 2 Boeing 737-300 e a empresa encomendou 4 Boeing 767-300ER que substituiriam os Airbus A300B4 vendidos. Converteu para cargueiro quatro Boeing 727-100 e vendeu cinco Boeing 707 que ainda estavam na frota. Em 18/6/1989 transferiu alguns voos internacionais do Rio de Janeiro para São Paulo, com a extensão da pista de Guarulhos aumentada.

Em 1990 a empresa deixou de operar o Airbus A300B4 e perdeu um Boeing 737-200, além de começar a operar em Chicago. Entre outubro daquele ano e o início de 1993 chegariam a empresa quinze Boeing 737-300.

Em 1992 a completa aquisição da Cruzeiro do Sul, tendo suas aeronaves passadas à Varig e sendo repintadas nas cores da empresa. Outro fato marcante foi a substituição dos Electra II da Ponte Aérea, pelos Boeing 737-300, que em 92 já eram 26 dessas aeronaves na frota. Transformou mais dois Boeing 727 em cargueiros, vendendo um dos que sobrou, e recebeu seus dois primeiros McDonnell Douglas MD-11. Com todas essas novidades e frota reforçada, a empresa transportou 8.458.372 passageiros com 62% de aproveitamento médio.

Em 1993 inaugurou a linha Rio – São Paulo – Johannesburg – Bangkok – Hong Kong, duas vezes por semana com Boeing 747-400.

Em 1996 a empresa adotou um novo padrão visual em suas aeronaves. Em 1997 passou a integrar a Star Alliance, grupo de empresas composto pela Air Canada, Lufthansa, SAS, Thai e United Airlines. 

Em agosto de 1998 a Varig deixa o Pool da Ponte Aérea, que era formado também pela Vasp e Transbrasil, e passa a operar juntamente com a Rio-Sul. Ainda em 1998 recebeu 2 Boeing 767-300ER ex-Canadian e retirou de operação 2 Douglas DC-10-30. A crise mundial de 1997-1998 fez com que a empresa reduzisse voos e cancelasse rotas deficitárias. O Boeing 747 seria substituído pelos MD-11/767, para adequação e padronização. Encomendou quatro Boeing 737-700, dez Boeing 737-800, seis Boeing 767-300ER, quatro Boeing 777-200 e três McDonnell Douglas MD-11.

Em 2000 recebeu 2 Boeing 737-300 (ex-Taesa), 1 Boeing 737-300 (ex-Transbrasil), 4 Boeing 737-400 (ex-Transbrasil) e 2 MD-11 (ex-Vasp).

Em 2001 criou uma divisão para prestação de serviços de manutenção, a VarigVem. Recebeu neste ano 1 Boeing 737-800 e 1 Boeing 777-200.

De 2001 para 2002, com nova crise e ajustes a fazer, devolveu 22 aeronaves da frota.

Em 2003, para compensar a perda de aeronaves, somou à sua frota as frotas da Rio-Sul e Nordeste, passando estas a adotarem novo padrão visual em suas aeronaves, com o nome Varig predominando na fuselagem. Adotou com a até então rival TAM, um acordo de code-share em alguns voos da malha da empresa, permitindo as duas empresas um empenho maior na venda de assentos e aproveitamento de aeronaves, para com isso, ter uma saúde financeira mais estável.

Em 2004 a empresa começou novos voos para Paris, Miami e Johannesburg. Recebeu quatro Boeing 757-200 (ex-Iberia).

Em 2005 começou a perder mercado também para a novata GOL que no mês de junho ultrapassou a companhia em passageiros quilômetros pagos.

Foi no início de 2005 que encerrou seu acordo de code-share com a TAM. Em 31 de março iniciou voos três vezes por semana na rota Rio – Lisboa.

Em 7 de maio assumiu a presidência da empresa David Zylbersztajn com Omar Carneiro da Cunha Sobrinho na Vice-Presidência. Os profissionais trabalharam na Varig até 21 de novembro, quando foram substituídos, tendo assumido a presidência Marcelo Bottini. Fechou o pior ano de sua história, diante de uma grave crise, transportando 8.973.671 passageiros em voos domésticos e 3.841.384 em voos internacionais.

Em 15 de janeiro de 2006 inaugurou a rota Galeão – Guarulhos – Munique, três vezes por semana. Em 24 de fevereiro foi aprovado o Plano de Recuperação da empresa por seus credores. No final do mês de março e início de abril estava em situação financeira crítica e recebeu proposta de compra por parte da Volo do Brasil, acionista da Varig Log, em US$ 400 milhões de dólares. Em 15 de maio a empresa deixou de operar em Lisboa com suas próprias aeronaves, somente em code-share com a TAP Air Portugal.

No dia 27 de abril a corte de New York deu parecer favorável a Varig contra o arresto de aeronaves, protegendo a empresa contra a devolução dos jatos arrendados de algumas empresas de leasing até 31 de maio.

No dia 25 de agosto retomou os voos para Caracas com seis frequências semanais. Em 4 de outubro a Varig retomou suas operações para Bogotá com quatro voos diretos por semana saindo do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo

Na primeira semana de dezembro/2006 a ANAC homologou a Nova Varig e concedeu um novo CHETA. Com este certificado a empresa pode finalmente dar prosseguimento ao seu plano de expansão de rotas e frota, já que 14 aeronaves já estavam liberadas para operação.

A história da Varig encerrou-se com a obtenção do CHETA para a VRG Transportes Aéreos, a Nova Varig. Leia a página da VRG Transportes Aéreos para a continuação do episódio mais lamentável da aviação brasileira recente que teve todo um esforço político para que a companhia não recebesse uma indenização do governo na ordem de R$ 9 bilhões fazendo com que a empresa fosse leiloada a preço irrisório.

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Last Updated on abril 17, 2021 by Alexandre Barros (Aviação Brasil)