A assembléia de credores da Varig votou pelo adiamento da escolha do plano de recuperação da empresa para o próximo dia 26. A decisão foi tomada após o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentar uma proposta de um plano alternativo para a companhia. Além da decisão sobre o plano de recuperação da empresa, foi adiada também para a eleição do representante dos trabalhadores, que deve acontecer antes do dia 26.

A proposta para o adiamento da decisão foi do próprio BNDES. O diretor financeiro da Infraero, Adenauer Figueira Nunes, disse que o objetivo é ganhar tempo para que o BNDES possa apresentar um plano modificado de recuperação da Varig, no qual será possível alavancar recursos no curtíssimo prazo e, assim, dar condições para a recuperação da empresa.

Ontem, o vice-presidente da República, José Alencar, conduziu uma operação para salvar a companhia contando com o suporte financeiro do BNDES, numa espécie de “intervenção branca” do governo. A proposta, entretanto, não tem consenso e foi bombardeada pela equipe econômica.

Diante do impasse, Alencar tentará hoje cedo convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a apoiar essa proposta de salvação da Varig, com o argumento que se trata da única empresa aérea brasileira com presença no exterior.

Antecipada ontem pelo Estado, a proposta prevê um empréstimo do BNDES à Varig no valor de R$ 130 milhões que teria como garantia as ações da Varig Log (empresa de transporte de cargas) e da VEM (manutenção), que seriam depois negociadas em mercado. O governo também assumiria as rédeas do processo de recuperação, ao ocupar quatro vagas no conselho de administração da empresa.

Essa interferência do governo ajudaria na renegociação de débitos com empresas de leasing, que ameaçam tomar pelo menos 11 aeronaves a partir de amanhã, em uma ação que corre na Justiça de Nova York. Por mais de cinco horas, Alencar discutiu a viabilidade desta saída com representantes da Infraero, do Banco do Brasil e da BR Distribuidora – estatais credoras da Varig -, além do BNDES. O ministro interino da Fazenda, Murilo Portugal, participou de parte da reunião.

Embora tenha defendido arduamente a ajuda do BNDES, ao final do encontro Alencar foi evasivo. “Poderá haver qualquer coisa. Se o governo puder colaborar para uma solução que salve a empresa, sem estatizá-la, ele vai colaborar.” A área econômica, porém, é contra. Participantes do encontro contam que Portugal bombardeou a idéia de pôr recursos públicos na aérea, argumentando que não há brecha legal para isso.

FONTE: Agência Estado – Alberto Komatsu – São Paulo/SP

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