Um avião WB-57 da Nasa corta desde ontem os céus costarriquenhos para pesquisar o comportamento do ozônio e de outros gases na atmosfera como parte da Experiência de Avaliação da Aura (AVE, siglas em inglês). A nave leva a bordo vinte instrumentos especiais para a medição e registro de gases na troposfera, parte baixa da atmosfera.
Estes instrumentos permitirão estudar o comportamento dos gases na atmosfera e responder com maior exatidão perguntas como: A camada de ozônio do planeta está se recuperando? A qualidade do ar está piorando? Como o clima no planeta está mudando e por quê?

O diretor do Programa Nacional de Pesquisas Aerotransportadas e gerente do projeto, Jorge Andrés Díaz, explicou que desde ontem é realizada na Costa Rica a primeira etapa do projeto AVE, denominada Pre-AVE. Nesta fase, na que serão realizados três vôos com o WB-57, participam 70 cientistas da Nasa, a um custo de US$ 2 milhões.

Os três vôos estão programados para entre os dias 27 de janeiro e 2 de fevereiro, mas a decodificação e análise de dados recolhidos consumirão vários meses de trabalho científico em solo costarriquenho. O objetivo destes vôos é avaliar e calibrar os instrumentos para fornecer dados de alta qualidade que servirão de informação para o satélite Aura, a ser lançado pela Nasa este ano, segundo Díaz.

“Estamos contribuindo com uma pesquisa mundial, já que através deste projeto poderemos entender as mudanças climáticas, o que trará grandes benefícios para os humanos em geral”, acrescentou o costarriquenho.

Paul Newman, chefe cientista da missão Pré-AVE, ressaltou que esta pesquisa será muito importante para entender a dinâmica de gases nas regiões tropicais, por isso a Costa Rica é o lugar ideal de estudo. Além disso, os dois tripulantes do avião, o piloto William Ehrentrom, e a especialista em sensores Shelley Bacus, poderão analisar o movimento de material da troposfera para a estratosfera, camada superior da atmosfera.

Eles também estudarão o comportamento do ozônio, da água, dos aerossóis e o dióxido de carbono, assim como a temperatura e pressão atmosférica locais. Para operar a aeronave foi necessário criar um hangar especial no aeroporto internacional Juan Santamaría de San José, o que precisou de um investimento de 30 mil dólares por parte do Governo costarriquenho.

O ministro de Ciência e Tecnologia, Fernando Gutiérrez, disse que é um grande privilégio para a Costa Rica ser escolhida pela Nasa como seu centro de pesquisa e demonstra a capacidade de geração de conhecimento do país.

Gutiérrez destacou que a Nasa colaborou em outras ocasiões em projetos isolados com os costarriquenhos, mas que um programa da importância do AVE se torna um marco, porque requer uma maior coordenação e profissionais melhores que sejam capazes de desenvolver estudos de impacto mundial. “O país soube responder a projetos com uma contrapartida estrangeira e demonstrou ter material humano suficientemente qualificado para encarar missões deste tipo”, expressou.

A segunda etapa do projeto AVE está programada para maio de 2005, mas nessa ocasião a mobilização de recursos será maior, pois 300 cientistas da Nasa chegarão à Costa Rica. Além disso, o AVE contará com cincos aviões e um orçamento de mais de US$ 25 milhões, por isso esta segunda etapa é considerada pela Nasa como uma das maiores missões científicas de 2005.

FONTE: EFE – Fernando Valduga – Porto Alegre/RS

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