A fabricante de trens e aviões Bombardier teve prejuízo de 448 milhões de dólares canadenses (US$ 337 milhões) no trimestre encerrado em janeiro. A empresa informou também que cortará um quinto dos empregados de sua unidade ferroviária e fechará sete fábricas na Europa.
A Bombardier, maior fabricante mundial de trens e terceira no segmento de aviões comerciais, informou que as perdas devem-se em grande parte aos custos da demissão de 6.600 funcionários, já que a empresa assumiu encargos por conta dos cortes de empregados.
No mesmo período do ano anterior a companhia canadense, que tem a Embraer como principal concorrente na fabricação de jatos regionais, teve perda de 1 bilhão de dólares canadenses por causa de reestruturações semelhantes realizadas em outras unidades.
A Bombardier explicou que os 6.600 cortes refletem a falta de pedidos nas fábricas, muitas das quais foram adquiridas quando comprou a Adtranz da Daimler-Chrysler em 2001.
As notícias sobre as demissões ofuscaram o aumento da receita no quarto trimestre, que subiu de 5,9 bilhões de dólares canadenses para 6,4 bilhões, graças à alta de 10% no negócio de aviões.
A Bombardier entregou 107 aviões no quarto trimestre, mais que os 92 do mesmo período no ano anterior.
A unidade aeroespacial, onde a Bombardier cortou 20% de sua força de trabalho nos últimos 2 anos, registrou lucro antes de impostos e itens extraordinários de 118 milhões de dólares canadenses, contra prejuízo de 376 milhões de dólares canadenses no mesmo período do ano anterior.
Após a divulgação do resultado, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s revisou a perspectiva de longo prazo da empresa de “estável” para “negativa”. Já a Fitch reduziu a classificação da dívida da Bombardier para uma nota acima de “junk”.
FONTE: Reuters Investor – Fernando Valduga – Porto Alegre/RS