A EADS CASA, empresa espanhola da Divisão de Aeronaves de Transporte Militar da European Aeronautic Defence and Space Company (EADS), iniciará em julho mais uma fase de negociação com a Varig Engenharia e Manutenção (VEM), Atech e Aeroeletrônica no programa de compensações à indústria nacional previsto nos projetos CLX, de venda de 12 aviões de transporte militar C-295, de modernização de 8 aviões de patrulha marítima P-3 Orion, e da instalação do sistema de missão FITS (Fully Integrated Tactical System), desenvolvido integralmente pela EADS CASA.
Hoje, a companhia fechou o primeiro contrato do programa com a High Technology Aeronautics (HTA), consórcio que tem apoio da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil), formado por 12 pequenas e médias empresas da região do Vale do Paraíba (São Paulo). A HTA espera que o faturamento acumulado nos próximos dez anos chegue a US$ 90 milhões, com a criação de 300 novos postos de trabalho a partir de julho.
A VEM deve iniciar o trabalho de revitalização das turbinas dos aviões P-3 em setembro, num projeto de cinco anos no valor de US$ 40 milhões. A Atech e a Aeroeletrônica poderão fornecer software e simuladores de vôo, entre outros produtos. Nos próximos nove meses, a EADS CASA contratará todos os parceiros brasileiros, levando o projeto de compensação a US$ 800 milhões com a criação de 1.500 novos postos de trabalho no Brasil.
José María Novo Banet, vice-presidente de colaboração internacional, e Urbano Cícero de Fleury Araújo, presidente da HTA, assinaram hoje de manhã o contrato, no qual o consórcio do Vale do Paraíba exportará peças e partes de produtos aeronáuticos para a fábrica da EADS CASA, em Sevilha. Segundo Alberto Robles, gerente de vendas da EADS CASA para a América Latina, “a HTA é o primeiro parceiro da EADS CASA que tem grande importância não apenas para a companhia, como para todo o Grupo EADS”.
Segundo ele, a HTA poderá também ser fornecedora de peças e subconjuntos para os aviões da família Airbus. “O que assinamos não é apenas um compromisso com o governo brasileiro, mas a formação de uma parceria. Portanto, o trabalho não está limitado aos aviões adquiridos pelo governo (C-295 e P-3), mas a toda família de aeronaves e, futuramente, outras empresas do Grupo EADS. Nossa expectativa é de, mesmo após os 10 anos de contrato, continuar a relação comercial com a HTA a medida em que a empresa responda às nossas expectativas, que tenho certeza que responderá”, explicou Robles.
Araújo explica que serão fabricados peças e subconjuntos de aço, de materiais compostos e de titânio utilizados na composição de partes das aeronaves da família EADS CASA, cuja exportação terá início no fim do ano. “A produção começa agora, com contratação de pessoal já no segundo semestre. Este é um resultado de quatro anos de negociação, de visitas à fábrica em Sevilha, e é um momento muito especial”, afirma o executivo.
Para o presidente da HTA, esse novo contrato reforçará os planos da empresa de conquistar, em dez anos, meio por cento dos US$ 30 bilhões movimentados anualmente pelo mercado de peças para o setor aeronáutico. “Atualmente, não temos um ponto sequer. Mas o Brasil hoje é o foco da indústria aeronáutica mundial e precisamos aproveitar esse momento, com ajuda do governo, com a ótima qualidade da mão-de-obra e dos baixos custos”, afirma.
FONTE: Aviação Brasil / EADS – Assessoria de Imprensa – São Paulo/SP