Uma estrutura limitada e defasada é a justificativa para os governos estadual e federal investirem simultaneamente em três aeroportos na região Nordeste do Rio Grande do Sul. As cidades de Vacaria, Canela e Caxias do Sul sediarão os empreendimentos, que custarão aos cofres públicos cerca de R$ 71 milhões. Não há estudos recentes sobre os benefícios que a nova infra-estrutura aeroportuária poderá trazer às cidades.
O diretor do Departamento Aeroportuário do Estado (DAP), engenheiro Fernando Cavalcantti Bizarro, fundamenta o volume dos investimentos dizendo que a estrutura do setor necessitava de projetos voltados para o futuro da região.
– Estamos pensando para os próximos 25 a 30 anos. Cada construção atinge um tipo de segmento: transporte de cargas do setor primário, em Vacaria, de bens manufaturados, em Caxias do Sul, além do turismo, na Região das Hortênsias – explica.
Na visão do diretor do DAP, as obras – tocadas com recursos do Programa Federal de Auxílio aos Aeroportos (Profaa), além de verbas estaduais como contrapartida -, visam a expandir mercados e trazer maior crescimento a esses municípios.
Em Vacaria, o mais adiantado dos três projetos, a área destinada ao aeroporto encontra-se na fase de terraplenagem, cercamento e corte de vegetação. A chefe da seção de obras do DAP, engenheira civil Lígia Villagran Barreto, afirma que já foram aplicados R$ 505 mil somente para custeio desses trabalhos – que vão demandar R$ 3,1 milhões, sendo R$ 941 mil de responsabilidade do Estado.
– A fase de asfaltamento ainda depende de licitação. Isso deve acontecer neste ano, mas não há data específica – informa.
Numa área de 90 hectares, com possibilidade de ampliação para mais 30 hectares, será erguido um aeroporto para cargas, voltado à exportação de frutas e flores produzidas na cidade. A promessa, segundo Bizarro, é concluir esse projeto até o final do governo Germano Rigotto, ou seja, em 2006.
FONTE: Jornal Pioneiro – Fernando Valduga – Porto Alegre/RS