A Gol Transportes Aéreos já se tornou a terceira maior empresa aérea do País, atrás da TAM e da Varig, segundo dados do Departamento de Aviação Civil (DAC) divulgados ontem pelo Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea).

Em abril, a empresa transportou 11,97% dos passageiros de vôos domésticos, superando as expectativas da própria companhia, que esperava fechar o ano com 12% de participação no mercado nacional. Os índices de ocupação dos vôos da empresa, em abril, chegaram a 64% – dez pontos porcentuais acima da média das companhias no período. “Depois que passar o susto vamos rever as expectativas”, disse o vice-presidente da Gol, Tarcísio Gargioni. “Ganhar participação de mercado não é nossa meta. A meta é ocupar os assentos e operar com regularidade.”

A fatia de mercado da Gol é bem próxima à da Vasp, que fechou o mês com 11,71% de participação, mas a Gol aguarda autorização do DAC para incluir em sua malha os municípios de Goiânia (GO), Londrina (PR) e Navegantes (SC).

Além disso, no segundo semestre a frota da companhia aumentará de 15 para 19 aviões.

O crescimento acelerado da empresa, que incorporou quatro Boeings 737 à frota entre fevereiro e março, chegou a fazer com que sua ocupação caísse para 51% em março, mas a consolidação das rotas, como a ponte aérea Rio-São Paulo, começa a mostrar resultados. Nesta última rota, logo após a entrada da Gol a TAM passou a oferecer descontos de mais de 50% em alguns horários e a Vasp também reduziu o preço do bilhete.

A Varig, que relutou até o último instante a entrar na guerra de tarifas, anunciou terça-feira um corte de 50% nos preços das passagens em todas as rotas domésticas.

Além disso, a Gol já foi suspensa, há duas semanas, da câmara de compensação de passagens do setor aéreo, por discordar de um rateio de despesas do Snea.

Fontes do setor já comentam que a medida pode ser represália do setor à política de preços baixos imposta pela nova concorrente.

Outro desafio que a Gol terá de enfrentar este ano é a falta de hangares de manutenção, já que os oito primeiros aviões operados pela companhia foram fabricados entre 98 e 99, e em breve terão de passar por manutenções que requerem instalações apropriadas. A empresa espera conseguir ocupar instalações que eram usadas pela Transbrasil.

FONTE: Jornal da Tarde – Redação – São Paulo/SP

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