O avião rejeitado depois de transportar cinco presidentes da República está no Rio Grande do Sul. E mostrando ainda ser útil.
A aeronave é tão valiosa para a Força Aérea Brasileira (FAB) que seus militares reprovam o apelido. Em vez de Sucatão, referem-se a ela como KC 137.
– O KC continuará a serviço da FAB, por tempo indeterminado, e tem plenas condições de realizar missões presidenciais ou de transportar autoridades – atesta o tenente-coronel aviador Jorge Guedes Lopes, 43 anos, comandante do 2º Esquadrão do 2º Grupo de Transporte da FAB.
Procedente da Base Aérea do Galeão, no Rio, a unidade trouxe o Boeing 707 para instruir pilotos da FAB. Até recentemente, o avião fez as viagens internacionais de longa distância do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas será trocado por uma nova aeronave, orçada em US$ 56,7 milhões – ou R$ 166 milhões. Como o gasto representa cerca de 75% dos investimentos do governo federal do início de 2004 até agora, a compra gerou polêmica, apesar de o novo avião apresentar vantagens como economia de 60% de combustível e de cerca de US$ 500 mil em manutenção.
O KC-137 ficará no Rio Grande do Sul até 6 de abril. Ontem, os pilotos viajaram nele até Santa Maria e no ar o usaram para reabastecer caças. Os vôos no Estado serão diurnos e noturnos, com rotas de, em média, três horas.
A escolha da Base Aérea de Canoas para o treinamento foi motivada pelo baixo fluxo de tráfego em comparação com aeroportos do centro do país, pelo fato de a pista concentrar apenas aeronaves militares e por Canoas oferecer infra-estrutura adequada para esse tipo de missão.
– O KC não está aposentado. Continua a voar. Só paramos de fazer missões presidenciais – destaca Guedes.
FONTE: Aviação Brasil, com Zero Hora – Fernando Valduga – Porto Alegre/RS