A TAM informou nesta quarta-feira que contratou 185 comandantes e co-pilotos da Varig, além de 20 comissários. Segundo fontes da empresa, seriam apenas as primeiras contratações de uma série, “para aproveitar a expertise dos funcionários da concorrente”.

A TAM tem 88 aeronaves e um total de 10.240 funcionários, praticamente o mesmo quadro de pessoal que a Varig tinha antes do agravamento da crise, no ano passado, que a levou a entrar em recuperação judicial.

A empresa líder do mercado brasileiro parou na semana passada de endossar passagens da Varig para Nova York, Miami e Paris por inadimplência. No mercado doméstico e demais destinos internacionais, os endossos continuam sendo feitos, informou a assessoria da TAM, já que a empresa tem depositado recursos no fundo de compensação.

A Varig foi vendida em leilão no dia 20 de julho e na sexta-feira anunciou a demissão de 5.500 empregados, de um total de 9.485, e pode reduzir ainda mais o quadro, já que o novo comprador deve absorver apenas cerca de 2.000 pessoas.

Os empregados lutam na Justiça pelo recebimento dos salários atrasados e rescisões contratuais. Uma liminar concedida na segunda-feira pediu o bloqueio pelo recuperador judicial de recursos obtidos com a venda da empresa para pagamento dos funcionários, o que está sendo analisado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

A antiga Varig, que ficou com dívidas de mais de 7,9 bilhões de reais da companhia e as operações da Nordeste, que fará a linha Congonhas(SP)-Porto Seguro(BA), manterá o emprego de somente 50 funcionários, conforme a empresa.

A Agência Nacional de Aviação Civil prorrogou, a pedido da Varig, o plano de emergência até 24 de agosto, a fim de amenizar a crise causada pela redução da companhia no mercado, informou a assessoria de imprensa da Anac nesta quarta-feira.

Pelo plano, as empresas concorrentes têm de endossar os bilhetes da Varig quando houver disponibilidade nos vôos.

“A Anac não pode interferir nas decisões da TAM”, disse a assessoria da agência.

A Anac fiscaliza, entretanto, se a Varig está tendo endosso de outras companhias ou cuidando para que os passageiros tenham hospedagem e alimentação.

“Se deixar de cumprir a lei, que é atender os passageiros, nós poderemos interferir”, disse a assessora.

De acordo com a assessoria da Varig, a empresa continua voando para Miami e Nova York e eventuais endossos estão sendo feitos por outras companhias, como a United. No caso de Paris, para onde não voa mais, o volume é pequeno e os passageiros estão sendo encaminhados via Frankfurt, informou o assessor.

A Anac determinou ainda que a Varig defina até quinta-feira sua nova malha de vôos.

FONTE: Reuters – Denise Luna – São Paulo/SP

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