A TAP-Air Portugal anunciou ontem que chegou a acordo com a OMNI-Aviação SGPS para a venda da totalidade da White, companhia de transporte aéreo não regular (charter). “O valor estimado da transacção é de cerca de cinco milhões de euros, uma vez que deverá ser acertado após encerramento das contas do mês de Agosto”, refere a TAP em comunicado. Nos termos do acordo , a TAP recebe o Lockheed que tem estado ao serviço da White, para posterior alienação, passando a OMNI a operar com um Airbus 310, actualmente em leasing operacional. Fonte da TAP disse ao DN que a venda do Lockheed representará um encaixe financeiro para a companhia aérea, porque o aparelho “está pago”.

A mesma fonte considera o acordo “um bom negócio para a TAP”. A companhia “não perde dinheiro”, sublinhou. A TAP reagiu assim a notícias vindas a público, em Agosto, pouco depois de conhecido o interesse da OMNI na charter, de que a venda da White pela TAP à TAP SGPS tinha sido feita por um valor de seis milhões de euros. Na altura, foi referido que apesar deste valor não condicionar o preço de mercado da companhia charter, seria em função deste montante que a TAP ganharia ou perderia dinheiro, em termos contabilísticos com o negócio da venda da empresa. A mesma fonte realça que a companhia foi vendida limpa de passivos.

Recentemente, a TAP tornou-se única detentora da White , depois de uma “operação harmónio”, que possibilitou a aquisição dos 24,5% que o grupo Abreu ainda detinha no capital da companhia. A White surgiu em Novembro de 2004, na sequência da reestruturação da Yes, empresa criada em Janeiro de 2000, numa parceria entre a TAP e o grupo Abreu, com o objectivo de responder às crescente necessidades dos operadores turísticos portugueses.

Para a mesma fonte da TAP, a OMNI “apesar de não ter experiência no negócio charter vai desenvolver a empresa”. O interesse da OMNI na White é antigo. José Miguel Costa, presidente da empresa controlada pela Sociedade Lusa de Negócios, em entrevista dada em Abril ao DN, disse que “esperava chegar à operação em Portugal”. Na altura, revelou que já tinha desenvolvido contactos com a TAP para a venda da White, mas o negócio só não avançou por causa dos “números”.

A OMNI foi constituída em 1988 e evoluiu para um grupo de 14 empresas e é considerado um operador-chave na aviação nacional, nomeadamente na aviação executiva. A empresa, com sede em Tires, está presente em vários mercados, desde o Brasil, ao Golfo da Guiné e França, onde opera voos VIP para a Air France. A empresa de capitais exclusivamente portugueses está ainda envolvida em vários projectos, entre os quais a criação de uma rede de táxis aéreos na Europa e a entrada no negócio do transporte de carga, em parceria com uma empresa americana.

A OMNI opera para a PGA-Portugália Airlines o serviço PGA Express (regional), com um aparelho Beechraft 1900 D (19 lugares) e dois SAAB 2000 (50 lugares), voando para Espanha (La Coruña, Valladolid, Bilbao, Pamplona, Valencia e Málaga), e França (Toulouse). O grupo emprega actualmente 400 pessoas e as suas perspectivas apontam para uma facturação consolidada da ordem dos cem milhões de euros em 2007. A TAP emprega cerca de 5 600 trabalhadores e opera uma frota de 47 aeronaves.

FONTE: Diário de Notícias – Leonor Matias – São Paulo/SP

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