A ideia de se realizar entregas com drones não é um desejo novo, foi popularizada pela Amazon no final do ano de 2013. Desde então diversas notícias circulam o mundo apresentando diferentes tipos de drones realizando entregas de produtos diversos como comida, remédios e vacinas.

No entanto, por mais que a tecnologia esteja avançada, essa modalidade de delivery se arrasta pelas diversas barreiras impostas pela regulamentação de vários países.

Delivery drones no mundo

Alguns países já baniram os drones, outros são mais receptivos à tecnologia e já colhem os frutos pelo pioneirismo. Por exemplo, vidas de adultos e crianças foram salvas por drones da empresa americana Zipline, que precisou sair do país e se estabelecer em Ruanda, na África, onde recentemente realizou mais de quatro mil voos e entregou mais de sete mil bolsas de sangue em hospitais e vilarejos rurais.

A israelense Flytrex já realiza operações de delivery na Islândia e a japonesa ACSL, em parceria com a empresa Rakuten, vem realizando entregas em regiões rurais de Tóquio e Fukushima.

Outro exemplo: moradores em regiões de difícil acesso na China e Canadá já podem contar com entrega de produtos realizada por drones.

Devido à rápida evolução dessa tecnologia, e assistindo a países como China expandirem suas operações, isso obrigou o atual presidente dos Estados Unidos a assinar um projeto piloto de integração do espaço aéreo americano (UAS Integration Pilot Program). O movimento claramente demonstra que, em relação ao desenvolvimento e aplicação de drones civis, os EUA ficaram para trás, comparado a outros países.

O programa ajudará o Departamento de Transportes e a Administração Federal de Aviação (FAA) a criar novas regras que permitam operações de baixa altitude mais complexas, como o drone delivery. Por conta da flexibilização do programa, o Project Wing para drone delivery, da Google, realizou em agosto deste ano a primeira entrega com drone em voo além da linha de visada (BVLOS) nos Estados Unidos. Foram selecionadas 10 cidades e 10 empresas para participar do programa.

No Canadá acontece algo semelhante. No mês passado o departamento de transportes daquele país (TC) selecionou quatro empresas para iniciar testes de voo BVLOS com drones. Dentre elas, a empresa Drone Delivery Canada vai analisar como drones podem ser usados para fornecer alimentos e suprimentos médicos com segurança em Moosonee, Ontário.

Percebe-se que a cooperação entre agências reguladoras e empresas privadas está se tornando um padrão para permitir que a tecnologia se estabeleça de forma prática e segura, especialmente no caso de voos BVLOS para drone delivery.

Brasil

No Brasil compete à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) a regulamentação dos drones e ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) o acesso ao espaço aéreo brasileiro. Pela grande extensão territorial do nosso país e por ser um país predominantemente agrícola, espera-se que nossas agências reguladoras se atentem ao que acontece no cenário internacional para que as empresas brasileiras de drones possam se desenvolver de forma competitiva e sustentável.

Hoje, de acordo com a regulamentação vigente, a exigência de se obter um Certificado de Aeronavegabilidade para voos BVLOS inviabiliza a maioria das startups do país. Estima-se que os custos podem chegar a 1,5 milhão de reais para obter o certificado.

À luz do que já vem acontecendo lá fora, um programa de integração de drones ao espaço aéreo brasileiro ajudaria o setor a validar suas tecnologias, se desenvolver e trazer grandes benefícios aos brasileiros. Começando pelas áreas rurais e, enfim, chegando até as grandes cidades.

*Samuel Salomão, Fundador, CEO da SMX Systems. Engenheiro de Software e Mestre em Bioengenharia pela USP São Carlos, trabalhou 12 anos na área de Desenvolvimento de Software, sendo 3 anos nos Estados Unidos. Atualmente atua no desenvolvimento de sistemas de Telemedicina, e sistemas autônomos para o transporte e entrega de medicamentos usando drones.

Fóruns de Empresários

No dia 7 de novembro será realizada a sexta edição do Fórum Empresarial de Drones e no dia 8 de novembro a segunda edição do Fórum Empresarial de Geotecnologias, dentro da programação do DroneShow Plus 2018, em em São Paulo (SP).

Estes Fóruns apresentam uma continuidade da sequência de encontros da comunidade empresarial, promovidos pela MundoGEO, que acontece desde 2016. Neste ambiente serão discutidos também novos modelos de negócios, conhecidas as novas demandas do mercado e promovidas cooperações entre as empresas dos setores de drones e geotecnologia.

Samuel Salomão será palestrante/debatedor no 6º Fórum Empresarial de Drones, no painel sobre demandas, desafios tecnológicos e regulatórios dos delivery drones.

Serviço:
Evento: DroneShow Plus 2018
Data: 6 a 8 de novembro de 2018
Local: Hotel Travel Inn – Rua Borges Lagoa, 1.179 – Vila Clementina – São Paulo – SP – Brasil
Inscrições: www.droneshowla.com/plus
Informações: Email [email protected] / Telefones (41) 3338-7789 e (11) 4163-8848 / Skype atendimento.mundogeo / WhatsApp (41) 99919-1357

1 COMENTÁRIO

  1. Claramente quais os impecilhos que as agências reguladoras dizem? Vai matar alguém com o Drone? Alguém possui o documentos com as exigências?

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