A TamS.A. obteve lucro operacional (EBIT) de R$ 553,3 milhões no terceiro trimestre deste ano, o equivalente à margem operacional de 16,7%. Excluindo um ganho contábil não recorrente do período, relacionado ao reconhecimento de créditos de Pis e Ccofins, no valor de R$ 426 milhões, o resultado operacional foi de R$ 192 milhões, equivalente à margem de 5,8%. Nos mesmos meses de 2010, excluindo o ganho não recorrente com a reversão da provisão do Adicional Tarifário registrado na época, a Tam havia obtido resultado operacional positivo de R$ 275,8 milhões, com margem operacional de 9,5%.
Como resultado da forte apreciação do dólar, o resultado líquido da companhia ficou negativo em R$ 620 milhões no terceiro trimestre deste ano, incluindo o ganho não recorrente. No mesmo período de 2010, sem excluir o ganho extraordinário obtido na época, o lucro líquido havia sido de R$ 733 milhões.
A volatilidade do dólar – a moeda passou de R$ 1,56 no fim do segundo trimestre deste ano para R$ 1,85 no encerramento do terceiro trimestre – impactou fortemente a dívida da empresa atrelada à moeda norte-americana. Apenas a título de comparação, uma variação cambial de 10 centavos impacta os resultados financeiros da Tam em cerca de R$ 400 milhões, para mais (se há valorização do real) ou para menos (quando a moeda brasileira perde valor).
De julho a setembro, a receita líquida da Tam registrou aumento de 13,3%, para R$ 3,3 bilhões, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita operacional bruta da companhia cresceu 14,8%, para R$ 3,5 bilhões. O total de passageiros pagantes transportados aumentou 3,3% no terceiro trimestre, para 9,5 milhões no trimestre.
O crescimento da receita bruta no terceiro trimestre é resultado do aumento de 9,2% nos ganhos com a operação doméstica e internacional de passageiros (R$ 2,6 milhões), de 6,5% com cargas (R$ 294,4 milhões) e de 57% com outras receitas, incluindo os resultados da Multiplus — sempre na comparação com o mesmo período do ano anterior. Só este último grupo foi responsável pela geração de R$ 580 milhões no período, ante uma receita de R$ 370 milhões no mesmo trimestre de 2010.
Apesar da apreciação do dólar frente ao real, a Tam registrou no período a maior taxa de ocupação trimestral de sua história em voos para o exterior, de 83,7%. O load factor internacional da companhia, superior à taxa de 81,4% da indústria, é resultado da combinação do crescimento de 10% na demanda (RPK) e de 8,8% na oferta de assentos (ASK). Ao todo, a Tam transportou cerca de 1,5 milhão de passageiros em voos internacionais no terceiro trimestre deste ano – 7,2% a mais do que no mesmo período de 2010.
No mercado doméstico, a companhia registrou load factor trimestral de 67,3%, resultado da combinação do crescimento de 4,2% na demanda de passageiros e de 8,2% na oferta de assentos. No terceiro trimestre de 2011, foram cerca de 7,9 milhões de passageiros transportados em voos domésticos da Tam, o que corresponde a um crescimento de 2,6% no comparativo com o mesmo período do ano anterior.
Como resultado da estratégia de ampliar a rentabilidade a partir do melhor equilíbrio entre preço unitário e taxa de ocupação, a Tam registrou uma receita unitária (RASK) de R$ 16,6 – 4,2% maior entre julho e setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2010. Mesmo considerando os dados ajustados (sem o ganho recorrente), o RASK geral da Tam ficou 5,6% acima da receita unitária do terceiro trimestre de 2010. Só nos voos internacionais, a receita unitária da companhia cresceu 11,4% no comparativo anual.
Os resultados também confirmam as previsões da companhia em relação à recuperação do yield, na comparação com o segundo trimestre de 2011. Em um cenário de maior racionalidade do mercado, e sem prejuízo das taxas de ocupação de seus voos, a Tam registrou crescimento doméstico, em relação ao segundo trimestre de 2011, de 6,6% no preço médio pago por passageiro por cada quilômetro voado. Já o yield internacional, em dólar, cresceu, na mesma base de comparação, 8,1% no período.
Desconsiderando os ganhos não recorrentes agora e em 2010, a companhia registrou um aumento de 19,2% nas despesas operacionais e de 10% do custo unitário (CASK) no terceiro trimestre de 2011. Eles estão relacionados, principalmente, ao aumento de 34% nos gastos com combustíveis.
Na comparação com o ano passado, o terceiro trimestre deste ano registrou um aumento de 23% no preço médio por litro de combustível e de 9,3% no volume consumido, além do crescimento de 5,8% na quantidade de horas voadas, apesar de parcialmente compensado pelo aumento da etapa média em 3,6%. Hoje, os custos com combustíveis da Tam correspondem a 37,6% das suas despesas operacionais.
A empresa estima para 2012 um crescimento de demanda menor do que o previsto para este ano – entre 15% e 18%, conforme o guidance para 2011 –, em virtude das incertezas que cercam a economia mundial.
Para alcançar a rentabilidade desejada, a companhia intensificará suas ações de controle de custos e aumento de receitas. Entre as medidas adotadas, a sua frota narrow body (aeronaves com apenas um corredor de circulação) não será aumentada em quatro unidades no próximo ano, como originalmente previsto.
Em 2012, a Tam receberá 13 novos aviões da família Airbus A320 e devolverá 13 atualmente em operação, renovando em 10% a frota doméstica, mantendo a baixa idade média das aeronaves.
Mesmo com as medidas adotadas, graças aos ganhos de eficiência já conseguidos pela alta utilização das aeronaves, a oferta de assentos da companhia (ASK) crescerá 4% em 2012 na comparação com 2011.
No final de setembro, o Tribunal de Defensa de la Libre Competencia (TDLC), autoridade antitruste do Chile, aprovou a continuidade da fusão entre Lan Airlines S.A. e Tam S.A., também liberada pela autoridade antitruste da Espanha. Com isso, está encerrado o processo de aprovações das autoridades europeias para a continuidade do processo de integração das empresas.
Para questionar três medidas de mitigação impostas pelo TDLC, as companhias recorreram ao Supremo Tribunal do Chile e ainda aguardam a avaliação da instituição. Confiantes na concretização da fusão até o fim do primeiro trimestre de 2012, Lan e Tam já deram início aos trabalhos técnicos e preparatórios de integração, com o auxílio de consultorias internacionais. As companhias aguardam as aprovações finais das autoridades competentes e a concordância dos acionistas não controladores de ambas as empresas.