Durante 32 dias as companhias VoePass, Azul e Azul Connect deverão ser as únicas empresas a operar no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP).
Durante o período que vai de 5 de agosto a 5 de setembro, a pista principal passará por obras de recuperação do pavimento asfáltico e o aeroporto irá operar por meio da pista auxiliar.
A decisão de manter as obras entre os meses de agosto e setembro também observa questões meteorológicas. Considerando a baixa incidência de chuvas na capital paulista entre esses meses, a probabilidade de interrupções nas obras da pista também é reduzida.
A pista principal do Aeroporto de Congonhas tem 1.940 metros de comprimento e 45 metros de largura e suporta aeronaves de categoria até 4C, que englobam as principais utilizadas pelas companhias aéreas brasileiras, como Boeing 737-800, Airbus A320 e Embraer E195.
Com investimento de R$ 11,5 milhões, a intervenção vai exigir o fechamento total da pista por 32 dias devido à complexidade da tecnologia a ser aplicada ao pavimento, conhecida como camada porosa de atrito (CPA).
A tecnologia irá proporcionar, entre outros benefícios, uma sensível melhoria da capacidade de drenagem da pista (rápido escoamento da água de chuva), com aumento da aderência do pneu da aeronave ao pavimento e redução da possibilidade de aquaplanagem (hidroplanagem).
Os trabalhos incluem serviços de fresagem do revestimento asfáltico existente, execução de camada estrutural de concreto asfáltico (CBUQ) com grooving na região das cabeceiras; e de camada superficial porosa de atrito (CPA). A técnica CPA não utiliza emendas transversais no pavimento, sendo necessário um trabalho contínuo para seu melhor resultado, evitando-se interrupções.
“A Infraero está aproveitando a queda na movimentação de passageiros e operações, em decorrência da pandemia da Covid-19, para adiantar o calendário de obras da empresa. No caso de Congonhas, a obra faz parte de manutenção periódica e servirá para garantir que aeroporto siga operando em condições normais, especialmente de segurança, pelos próximos 10 anos”, explica o superintendente do aeroporto de Congonhas, João Marcio Jordão.
A pista auxiliar, neste período, só poderá receber aeronaves até categoria 3C, tais como o ATR-72 e Caravan, conforme condicionantes estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em conjunto com o aeroporto, empresas aéreas e DECEA, que visam a manutenção da segurança das operações durante o período de execução das obras na pista principal.
Além disso, aeronaves de porte maior, como Boeing 737 e Airbus 320, que estão utilizando o Aeroporto de Congonhas como estacionamento nesse período de redução de voos por conta da pandemia da Covid-19, poderão usar a pista auxiliar para voos de translado, apenas com tripulação, sem transportar passageiros. Serão mantidas todas as exigências de segurança para as operações do aeroporto, como já ocorre, respeitando todos os requisitos regulatórios demandados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Todas as ações de planejamento para a obra e para manutenção da segurança das operações foram alinhadas e desenvolvidas com a contribuição das companhias aéreas, Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG) e demais stakeholders, como Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), vinculado ao Comando da Aeronáutica, Secretaria de Aviação Civil, do Ministério da Infraestrutura, e Agência Nacional de Aviação Civil.
A Infraero possui expertise na gestão da técnica CPA. Foi adotada no Aeroporto Santos Dumont, há um ano, quando os trabalhos foram concluídos dentro do prazo e executados em menos de um mês, com a restauração de toda a pista.
As informações sobre cancelamento, transferência de voos e transporte entre os terminais devem ser obtidas diretamente com cada companhia aérea.