A TAM – Transportes Aéreos Regionais foi criada em 22 de janeiro de 1976. A empresa nasceu da TAM – Táxi Aéreo Marilia, inicialmente uma cooperativa de pilotos da cidade paulista de Marília, fundada em 15 de janeiro de 1961. O controle da cooperativa era de Orlando Ometto, agricultor e produtor de açúcar que não tinha familiaridade com a aviação e estava encontrando dificuldades para levar o empreendimento adiante.

Foi quando ele se associou com o comandante Rolim Adolfo Amaro, que chegara a ser empregado da empresa e depois constituíra outra, a Araguaia Táxi Aéreo, em 1971.

Como Rolim conquistou a TAM? Em 1960 o Cmte. Rolim estava brevetado, empregou-se como piloto em Londrina, no Paraná, de onde se transferiu para São Jose do Rio Preto. Em 1963 foi contratado pela TAM e depois pela VASP, sendo convidado, em 1968, pelo Banco de Credito Nacional, para ser seu piloto.

Rolim Adolfo Amaro aceitou o convite, com a condição de que o banco financiasse seu próprio avião. A condição foi aceita e ele comprou seu primeiro avião, um Cessna, que entregou a um irmão, para que o explorasse. Dois anos depois, já possuía dez aviões.
Tomando conhecimento da difícil situação da TAM, Rolim Adolfo Amaro se tornou sócio de Orlando Ometto, 50% para ambos. Em 1973, o fazendeiro Sebastiao Maia incorporou-se a sociedade, abandonando-a quatro anos depois e transferindo sua parte para Orlando Ometto, que passou a ter 66% da empresa, dispondo-se a vender sua parte ao socio por 49 milhões de cruzados.

A empresa transferiu sua sede para São Paulo e começou a explorar, por conta própria, duas linhas aéreas regionais, a primeira ligando Rio de Janeiro a São Jose dos Campos e a São Paulo e a segunda ligando São Paulo a Blumenau.

Sendo escolhida como uma das participantes do Sistema Integrado de Transporte Aéreo Regional, a empresa se desdobrou, em julho de 1976, para formar a Transportes Aéreos Regionais S/A., cujas ações ficaram com a Táxi Aéreo Marília, a VASP e outros acionistas menores.

Qual o papel da VASP na criação da TAM? A própria legislação da época regulamentou a criação dessas novas empresas e estipulou que elas devessem ser basicamente companhias privadas. Por isso, a VASP teria apenas um terço das ações com direito a voto.

A VASP pagou estas ações cedendo seis aeronaves EMB 110 Bandeirante, todas as suas instalações aeroportuárias em sete cidades do interior de São Paulo e as correspondentes reservas de peças de reposição. Além disso, a VASP concordou em transferir o pessoal de terra das sete bases e também os copilotos dos aviões Bandeirante para a TAM.

A passagem dos Bandeirante da VASP para a TAM foi denunciada pelo então deputado Flavio Bierrenbach como lesiva para a empresa paulista e quase como uma doação. O fato foi levado a uma Comissão Especial de Inquérito, perante a qual Flavio Musa, já não mais presidente da VASP, declarou que a sociedade entre a empresa e a TAM foi feita por ordem do então ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Araripe Macedo, do então Diretor do DAC, Deoclecio de Lima Siqueira, e do Brigadeiro Valdir Vasconcelos, na ocasião chefe do Subdepartamento de Planejamento do DAC.

O Brigadeiro, já então comandante do IV COMAR, desmentiu que as autoridades aeronáuticas tivessem obrigado a associação de empresas e acrescentou que, ao ser criado a Sistema Integrado de Transporte Aéreo Regional, o DAC escolheu, em cada uma das regiões em que foi dividido o país, uma empresa de táxi aéreo de maior porte para se responsabilizar pelo transporte e que o respectivo decreto, sem fazer imposições, criou condições para que essas empresas se associassem aos governos estaduais das regiões onde passariam a atuar.

No período inicial de suas operações, de julho a dezembro de 1976, a empresa transportou 39.955 passageiros. Naquele ano estava operando de São Paulo para Araçatuba, Araraquara, Bauru, Franca, Marília, Ourinhos, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, no estado de São Paulo. Maringá era servida no Paraná. Dourados e Ponta porã no Mato Grosso. Também atuava na linha Rio de Janeiro para Campos e São José dos Campos. Todas essas linhas eram empregados os Embraer 110, vindos da VASP. Em 14 de janeiro de 1979 a TAM recebeu seu primeiro Fokker F-27.

Em 5 de Novembro de 1980, em entrevista à Folha de São Paulo, Flávio Musa afirmou que se a VASP não fizesse a associação, como já operava linhas de menor alcance com frota própria de aviões Bandeirante, teria que vender essa frota, desmobilizando equipamento e dispensando pessoal. Nestas circunstancias, a alternativa mais favorável que se lhe apresentava era, efetivamente, de participar no negócio, ou seja, da nova empresa aérea regional, entrando para o capital dessa companhia, com as aeronaves Bandeirante de sua propriedade mais equipamentos de reposição (que monetariamente, lhe conferiam 60% das ações da empresa, embora sendo apenas 33% com direito a voto) e com um fundo para aumento futuro do capital social.

Em novembro de 1980 a TAM estava operando para 24 cidades com 9 Embraer 110 e 3 Fokker F-27. Em 1984 a frota da empresa contava com 4 Cessna 402B, 7 Embraer 110, 3 Fokker 27-200 e 2 Fokker 27-500. Em 1985 deixou de operar os Cessna e os Fokker 27-200 e acrescentou um Embraer 110, um Fokker 27-500 e quatro Fokker 27-600, alcançando 45% de aproveitamento de assentos. Em 2 de janeiro de 1986 foi criado o VDC – Voo Direto ao Centro, que era realizado pelas empresas TAM, Rio Sul e Votec. No final de 1986 a empresa adquiriu da Fokker uma nova aeronave Fokker 27 com a qual passou a cobrir a linha Rio – Santos Dumont / São José do Rio Preto / Ribeirão Preto / Poços de Caldas.

Em 1987 a empresa transportou 238.004 passageiros com 57% de aproveitamento. Em 1988 este número melhorou e saltou para 347 mil passageiros e 48% de aproveitamento. Em 1989 a Tam melhorou seu número de passageiros embarcados para 416.939 com uma frota de sete Embraer 110, quatro Fokker 27-500 e quatro Fokker 27-600.

O ano de 1990 foi marcado pela chegada das aeronaves Fokker 100. As duas primeiras aeronaves chegaram em setembro daquele ano, tendo outras duas aeronaves chegado em março de 1991. Estas aeronaves operaram no início nas cidades de São Paulo / Congonhas, Belo Horizonte / Pampulha, Curitiba, Londrina, Brasília, Cuiabá, Araçatuba e Ribeirão Preto. A frota da empresa em 1991 estava composta por quatro Fokker 27-500, seis Fokker 27-600 e quatro Fokker 100, com os quais transportou 696.541 passageiros.

Em 1992 a Tam havia transportado 578.784 passageiros com 39% de aproveitamento em todas as suas linhas.
Em 1993 os jatos Fokker 100 estrearam na Ponte Aérea Congonhas – Santos Dumont com quatro voos em cada sentido e também na rota de Congonhas a Belém, passando pela capital federal e Porto Nacional. A frota agora estava composta por 4 Fokker 27-500, 4 Fokker 27-600 e 12 jatos Fokker 100 que transportaram 878.415 passageiros com 43% de aproveitamento.

Em 1994 a empresa retirou um Fokker 27-600 e adicionou outros dois jatos Fokker 100, transportando no ano 1.498.782 passageiros com 48% de aproveitamento.

Em 1995 a Revista Air Transport World, dos Estados Unidos, elegeu a Tam como a Melhor Empresa Regional do Mundo. Em homenagem, a empresa pintou uma de suas aeronaves, PT-MRK, com uma pintura comemorativa. Naquele ano transportou 2.112.441 passageiros com 55% de aproveitamento.

Em 1996 a Tam adquiriu a Helisul e a Lapsa, empresa aérea do Paraguai. Seu resultado foi de 3.188.896 passageiros transportados. Como fato negativo foi a queda da aeronave PT-MRK, no dia 31 de outubro, por falha no reverso, vitimando todos os seus ocupantes, após decolagem em Congonhas. Naquele ano viajaram pela regional 2.330.507 passageiros.

Em 1997 a frota da empresa contava com 3 Fokker 27-500, 2 Fokker 27-600, 9 Fokker 50 e 30 Fokker 100. Segundo o DAC – Departamento de Aviação Civil, a Regional transportou 2.384.807 passageiros.

Em 1998 o número apresentado ficou em 2.804.920 passageiros mas em 1999 saltou e a empresa transportou 3.521.663 passageiros. O fato marcante da Tam Regional em 1999 foi a chegada dos dois primeiros Airbus A319-132 que entraram em serviço nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Navegantes e Porto Alegre. Em julho o Airbus entrou na Ponte Aérea Rio – São Paulo.

Em 2000, último ano de resultados oficiais da companhia, antes da completa fusão com a Tam Meridional, a empresa transportou 3.555.307 passageiros com seus 6 Airbus A319, 4 Airbus A320 e 37 Fokker 100.

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