Atualizamos os números do Aeroporto Internacional de São Paulo, Congonhas, que apesar do “internacional”, só opera voos domésticos de empresas aéreas. Neste trabalho inédito, apresentamos informações do histórico de passageiros embarcados e desembarcados no aeroporto de 2000 a 2021, a participação de mercado das empresas em operações domésticas nos últimos 5 anos, entre 2017 e 2021, e finalizando com os voos vigentes no aeroporto.

Vejam os números operacionais do aeroporto, atualizados pelo Portal Aviação Brasil

Assim como todos os aeroportos no Brasil e no mundo, com Congonhas não foi diferente! A queda de 70% no volume de passageiros do aeroporto em 2020 foi reflexo direto da suspensão de muitos voos devido a pandemia de covid-19. Foi o pior desempenho desde a virada do milênio no aeroporto. No entanto, em 2021, o aeroporto retomou um crescimento de quase 38% comparado a 2020, mas ainda longe dos números de 2019.

Participação de mercado dos últimos 5 anos, das empresas que operam em Congonhas, voos domésticos de passageiros

Há vários anos o duopólio Gol/Latam em Congonhas é um reflexo de quem dita as regras no aeroporto e isso, infelizmente, chega ao bolso dos clientes. É a partir de Congonhas que decolam os voos da Ponte Aérea SP-RJ e onde as companhias conseguem grandes receitas em virtude da operação “premium” em um aeroporto mais centralizado. Guarulhos está a 25km de distância do centro de São Paulo, contra 8km de Congonhas. O duopólio é forte, a Avianca Brasil tentou, chegou a 7% em 2016, quebrou em 2019…hoje é a Azul que cresce pelas beiradas chegando a 14,63% em 2021.

Um pouco mais de história…

O Aeroporto de Congonhas tem hoje 84 anos de operação, iniciada em 12 de abril de 1936.

Antes da construção do aeroporto, contudo, já funcionava ali um campo de pouso de propriedade da Auto-Estradas, inaugurado em 1936, com uma pista de terra de 300 metros de comprimento por 70 de largura, construída em apenas vinte dias. Após uma enchente no Rio Tietê, em 1934, que alagou e interditou o Aeroporto de Campo de Marte, por quatro meses, iniciaram-se estudos para a construção de um novo aeroporto.

Em 1935, foi realizado um estudo técnico para escolha do sítio do novo aeroporto, recomendando a escolha da área de Congonhas pelas suas condições naturais (visibilidade e drenagem), terreno relativamente plano, que permitiria a construção de quatro pistas, com comprimentos que variavam de 900 a 1200 metros de extensão. Além disso, a área estava disponível e desocupada em seu entorno.

Em 1936, o Governo do Estado adquire a área para a construção do Aeroporto e estabelece que todas as atividades exercidas no Aeroporto de Congonhas seriam dirigidas por um Administrador nomeado pelo Governo do Estado.

Douglas DC-3 da Panam, em julho de 1938, no Aeroporto de Congonhas. Foto: Autor Desconhecido

Em 1957, o Aeroporto de Congonhas  tornava-se o terceiro do mundo em volume de carga aérea, perdendo, apenas, para os aeroportos de Londres e Paris.

A partir de 1981,  o Aeroporto de Congonhas passou a ser administrado pela Infraero e, desde então, obras de melhorias e aquisição de novos equipamentos foram sendo feitos, tanto no Terminal de Passageiros, como nas pistas e pátios, visando elevar a eficiência operacional do Aeroporto.

Em 1985, com a inauguração do Aeroporto Internacional de São Paulo, Guarulhos, Congonhas deixou de operar voos internacionais e domésticos e passou a concentrar exclusivamente as operações de Ponte Aérea Rio – São Paulo, o tráfego regional regular, os voos não regulares “charters”, de táxi aéreo e a aviação geral.

Os anos seguintes foram de crescimento no transporte aéreo regional, empresas como a BR Central, Helisul, Nordeste, Rio Sul, Pantanal, Passaredo, Presidente e TAM Regional, com seus Fokker 100, dominaram o pátio do aeródromo até o final dos anos 90.

Infelizmente, em 31 de outubro de 1996, um terrível acidente com o Fokker 100, prefixo PT-MRK, vitimou 99 pessoas, sendo 96 a bordo, após o reverso da aeronave se abrir durante a decolagem, ocasionando a queda da aeronave próximo ao aeroporto.

Comum eram as aparições de aeronaves raras devido o centro de manutenção da VASP atender terceiros e empresas de seu grupo, na época, como as aeronaves abaixo.

Em março de 1998 um Airbus A330-200 da Airbus, pousou em Congonhas! A aeronave de grande porte, incomum no aeroporto, pousou trazendo convidados em um evento em que o Cmte.Rolim Amaro, CEO da TAM, anunciava a compra dos modelos que iniciariam os voos internacionais da empresa, para Miami.

Pouco tempo depois, as aeronaves da TAM, prefixo PT-MVA e PT-MVB, do mesmo modelo, pousaram em Congonhas para dar as boas vindas!!

Com obras constantes para atender melhor ao público, o Aeroporto de Congonhas sofreu reformas internas e externas nos últimos anos. Com elas modernizou seu terminal de passageiros, renovou as pistas de pouso e decolagem, criou novo estacionamento e ainda alterou o acesso ao aeroporto.

Em 2001 a Gol Linhas Aéreas iniciou operações no aeroporto com aeronaves Boeing 737-700, ligando São Paulo a Florianópolis e Porto Alegre.

Em 2004 foi o último ano de operações da VASP no aeroporto, após passar por grave crise financeira e ter suspendido suas operações. A companhia praticamente inaugurou o aeroporto em 1935/6!

Outra rara aparição foi o pouso de um Boeing 757 em Congonhas, da Força Aérea do México, em julho de 2004.

No dia 15 de agosto de 2004, o Governo Federal e a Infraero entregaram a primeira fase das obras de melhorias de seu terminal. A segunda fase foi concluída no segundo semestre de 2007. No final de 2005, a Infraero entregou ao público o novo estacionamento do Aeroporto de Congonhas, um edifício garagem de cinco pavimentos.

Na primeira fase do projeto foram colocadas em operação parte das novas salas de embarque/desembarque e oito pontes de embarque, equipamento que ainda não existia em Congonhas.

Para interligar o piso térreo ao primeiro andar, foram acrescentados elevadores e escadas rolantes. A área total das salas de embarque aumentou de 2.950 metros quadrados para 7.100 metros quadrados.

As novas pontes de embarque permitiram o embarque dos passageiros diretamente nas aeronaves, eliminando o tráfego de passageiros no pátio de manobras. Nos casos em que não é possível o embarque pelas pontes, os passageiros são transportados em ônibus até as aeronaves.

A segunda fase do projeto contemplou a construção de quatro novas pontes de embarque, totalizando 12 pontes. Foram, também, acrescentados novos elevadores, escadas rolantes e posições de check-in. Além disso, será realizada uma reforma nas áreas do saguão central e uma revitalização da fachada do aeroporto.

As salas de embarque e desembarque foram novamente ampliadas, totalizando, respectivamente, 9.300 metros quadrados e 5.238 metros quadrados de área. O Sistema Viário Interno de Congonhas foi remodelado, reorganizando o fluxo de veículos que se dirigem ao aeroporto em vias separadas.

Em dezembro de 2005, entrou em operação parte do edifício garagem. Com 60 mil metros quadrados, o edifício passou a ter capacidade para 3.400 mil vagas quando antes disponibilizava 1.200 vagas. O edifício tem cinco pavimentos, três dos quais subterrâneos, com 2.550 vagas cobertas e 850 vagas descobertas.

Foi entregue, no segundo semestre de 2006, uma nova área de desembarque e a obra de remodelação do Sistema Viário Interno de Congonhas, que reorganiza o fluxo de veículos em direção ao aeroporto para as áreas de embarque e desembarque através da criação de vias exclusivas para cada um dos dois setores do terminal de passageiros.

A nova sala de desembarque ficou no piso térreo de Congonhas, na ala sul do terminal de passageiros, no local onde, até 2005, funcionavam duas pequenas salas de desembarque.

A ala sul recebeu outros acréscimos durante esta segunda fase das obras de modernização do terminal de passageiros do Aeroporto de Congonhas.

A nova edificação que compõe a ala sul tem dois pavimentos e um subsolo. No subsolo, embaixo da nova sala de desembarque, existe um acesso rápido e seguro, por rampa, à via de táxis e ônibus e ao edifício garagem.

Em janeiro de 2008, a Infraero concluiu a passagem subterrânea que liga a Avenida Washington Luís ao acesso viário do terminal de passageiros e do estacionamento do Aeroporto de Congonhas.

Essa obra eliminou o farol do cruzamento promovendo a melhoria no trânsito da região do aeroporto. Segundo estimativa da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET), 1.800 veículos/hora passam pelo local com destino ao aeroporto.

Congonhas ainda teve outras obras recentes, como a da pista auxiliar, que foi construída na década de 50 e em placas de concreto. A última grande intervenção foi em 2007 e durou 146 dias. Na primeira fase da reforma foi realizado o trabalho de topografia, isto é, a análise de 12 mil pontos dos 1.436 metros de comprimento da pista.

Depois, foi feito o tratamento da juntas de concreto e o recapeamento asfáltico. A segunda fase das obras consistiu no grooving (ranhuras horizontais que auxiliam no escoamento de água).

No dia 29 de junho de 2007, após um período de 46 dias de obras de reforma, a pista principal de Congonhas voltou a operar normalmente para pousos e decolagens. Na segunda fase, os serviços foram realizados durante a madrugada, sem a interdição da pista, o grooving foi finalizado no dia 15 de setembro.

Essa fase foi totalmente concluída em 27 de setembro de 2007 e contemplou a complementação dos trechos das pistas de táxi (área onde as aeronaves realizam manobras), nas alças de interligação das duas pistas (principal e auxiliar).

Periodicamente as pistas passam por manutenção. A Infraero realiza semanalmente as medições do coeficiente de atrito no pavimento e, quinzenalmente, a de macrotextura  através do método da mancha de areia que verifica a profundidade média da macrotextura do pavimento. Esses serviços têm como objetivo monitorar permanentemente as condições operacionais das pistas do Aeroporto de Congonhas. De acordo com o resultado obtido nas medições, é realizado o desemborrachamento da pista.

A um custo aproximado de R$ 12 milhões de Reais foi entregue no final de 2010 a nova Torre de Controle do Aeroporto. Ao final de 2014, com custo de R$ 170 milhões de Reais, foram realizadas as reformas no Terminal de Passageiros, área do Check-in (ala norte do aeroporto) onde foi possível disponibilizar mais 20 posições de checkin.

Foram instalados novos sistemas de ar condicionado, de iluminação e de segurança interna, além de novos painéis de informação de voos. É uma reforma interna que, além de novos equipamentos, previu uma readequação de acabamentos, desde a cobertura até o piso.

Também foi entregue uma nova área comercial (ala sul- 1º pavimento) onde há uma nova área de alimentação, de lojas e de prestadores de serviços. Finalizando teve também a reforma do Saguão Central, que proporcionou mais conforto aos usuários.

No final de março de 2022 o aeroporto passou a ser o primeiro da América Latina a contar com o EMAS (Engineered Material Arresting System) na cabeceira da pista 17R.

Localidades atendidas e distribuição dos voos domésticos entre as companhias aéreas

Na tabela a seguir, na última linha, vemos qual empresa tem a maior participação na oferta de assentos do aeroporto. A primeira coluna da esquerda informa os destinos atendidos e quais empresas operam a rota. Na coluna da direita, em total geral, significa quais destinos tem a maior participação de voos/assentos a partir do aeroporto.

Veja qual empresa tem a maior participação na oferta de assentos do Aeroporto de Congonhas, os destinos atendidos e rotas operadas. Veja também o histórico dos números operacionais

 Fonte: Infraero (editado por Aviação Brasil). Estatísticas: Aviação Brasil

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here